Em poucas palavras, Eduardo Bolsonaro desmonta inquérito de Gonet e Moraes

O embate institucional envolvendo o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ganhou um novo capítulo com as declarações do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-RJ). Em suas redes sociais, o parlamentar voltou a criticar duramente o inquérito aberto contra ele no STF, questionando a coerência da Procuradoria-Geral da República (PGR) e afirmando que sua atuação permanece a mesma, apesar de agora ser alvo de investigação.

“Se minha conduta é reiterada, deve então haver um fato novo para ensejar a abertura de inquérito agora. Porém, o próprio PGR fundamenta a abertura da investigação devido às minhas ‘reiteradas’ condutas (???)”, escreveu Eduardo, que mencionou também as acusações que podem ser atribuídas a ele: coação no curso do processo, embaraço a investigação e tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito.

Segundo o deputado, a decisão de permanecer nos Estados Unidos tem como objetivo garantir sua liberdade de atuação política, o que, segundo ele, seria inviável no Brasil atual. Eduardo classificou o momento como um “Estado de exceção”, onde “a justiça depende do cliente e o processo depende da capa”.

A reação do parlamentar ocorre em meio à crescente mobilização internacional encabeçada por figuras ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Um ponto de inflexão, segundo analistas, foi a recente declaração do senador norte-americano Marco Rubio, que, ao responder a uma pergunta do deputado Cory Mills — feita após um encontro com Eduardo Bolsonaro e o deputado Filipe Barros (PL-PR) —, confirmou que sanções contra Alexandre de Moraes estão sendo consideradas.

Analistas veem uma mudança de clima em Brasília. O cientista político Leonardo Barreto avalia que o risco de sanções internacionais contra Moraes deixou de ser retórico e passou a integrar, com seriedade, os cálculos do governo e do Judiciário. “Não se trata apenas de bravata. As autoridades começaram a perceber que há um processo político em andamento e que ele não pode mais ser ignorado”, afirmou.

Eduardo também relembrou que, logo após anunciar seu “exílio” nos Estados Unidos, a reação do establishment brasileiro foi de escárnio. “O establishment fez o que os arrogantes sabem de melhor: desdenharam e me humilharam”, escreveu, referindo-se a um jantar supostamente organizado por Moraes com figuras do Judiciário.

Com o aumento da tensão e a politização do cenário internacional, a incerteza permanece: haverá uma resposta coordenada do governo brasileiro para conter os danos à imagem institucional do país ou o confronto entre Judiciário e o bolsonarismo ganhará novos contornos globais?

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Bruno Rigacci

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