Janja ultrapassa todos os limites e dessa vez vai longe demais
A primeira-dama Janja Lula da Silva voltou a provocar reações intensas nas redes sociais e no meio político neste fim de semana, após comentários que foram interpretados por críticos como elogios ao modelo chinês de controle da internet. A fala, embora não tenha feito menção explícita à China, gerou acusações de que Janja estaria flertando com práticas autoritárias de censura e repressão à liberdade de expressão.
O estopim foi uma declaração durante evento com ativistas da comunicação e influenciadores digitais, na qual Janja destacou a importância de “regular urgentemente o que é dito nas redes sociais para proteger a democracia”. Segundo ela, o atual ambiente digital estaria “fora de controle” e favorecendo “mentiras e ataques orquestrados”.
Embora não tenha mencionado diretamente o regime chinês, que adota um rígido sistema de censura e controle da internet, a repercussão foi imediata entre políticos da oposição. O deputado federal Marcel Van Hattem (NOVO-RS) foi um dos primeiros a se manifestar, usando sua conta oficial no X (antigo Twitter) para criticar duramente a fala.
“Janja defendendo que o Brasil adote modelo chinês de prisão por opinião. É surreal. Quanto mais fala, mais mostra quem é. E o que o PT quer para o Brasil: uma ditadura”, escreveu Van Hattem.
Críticas à liberdade de expressão ou defesa da regulação?
A primeira-dama tem se mostrado cada vez mais ativa em pautas de comunicação e mídias sociais, defendendo o combate à desinformação como eixo central da defesa da democracia. No entanto, opositores afirmam que o discurso é uma tentativa velada de cercear críticas ao governo.
Parlamentares ligados à direita e defensores da liberdade de expressão afirmam que o discurso do governo Lula, especialmente por parte de Janja e do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, tende a naturalizar medidas de restrição ao livre fluxo de ideias, classificando-as como “regulação democrática”.
Nas redes sociais, a tag #CensuraNão ficou entre os assuntos mais comentados, com milhares de publicações defendendo o direito à livre opinião e atacando o que foi chamado de “autoritarismo digital” por parte do governo.
Defesa no Planalto e silêncio oficial de Janja
Até o momento, nem o Palácio do Planalto nem a assessoria de Janja comentaram oficialmente as declarações de Van Hattem ou a repercussão negativa nas redes. Aliados do governo, no entanto, saíram em sua defesa, argumentando que a primeira-dama está preocupada com a disseminação de fake news, e que suas declarações não podem ser distorcidas para sugerir apoio a regimes autoritários.
“Janja jamais elogiou qualquer ditadura. O que ela quer é proteger as pessoas da desinformação e do ódio nas redes. É um debate legítimo e urgente”, afirmou um assessor próximo à primeira-dama.
Contexto: China, liberdade digital e comparações perigosas
A comparação feita por Van Hattem remete ao conhecido modelo de censura praticado pela China, onde o governo controla servidores, plataformas e restringe o acesso a conteúdos e redes sociais consideradas nocivas ao regime. No Brasil, qualquer tentativa de regulação das redes sociais rapidamente encontra resistência por receios de que medidas legítimas de combate à desinformação acabem se transformando em instrumentos de perseguição política.
Conclusão
O episódio reacende o debate sobre os limites entre regulação de conteúdo e censura, entre liberdade de expressão e responsabilidade nas redes. Com o cenário político polarizado, falas como a de Janja — mesmo que indiretas — ganham peso e geram interpretações que, muitas vezes, ultrapassam o contexto original. A ausência de um esclarecimento direto da primeira-dama sobre o episódio pode aprofundar ainda mais o desgaste.
Enquanto isso, os embates ideológicos seguem fervendo no ambiente digital — justamente o espaço que agora está no centro da disputa.