Bolsonaro diz que governo Lula ‘tem ânsia de aumentar impostos’
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou duramente nesta sexta-feira (23) o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) anunciado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A medida, que previa uma elevação na tributação sobre operações de câmbio, crédito empresarial e previdência privada, foi parcialmente revogada após forte repercussão negativa.
Bolsonaro usou as redes sociais para apontar contradições na política econômica atual. Ele lembrou que, ainda em 2022, editou o Decreto nº 10.997, que previa a redução gradual da alíquota do IOF sobre câmbio até chegar a 0% em 2028. Segundo o ex-presidente, a iniciativa fazia parte de um pacote de medidas destinadas a incentivar o investimento, baratear o crédito e fomentar a geração de empregos.
“O atual governo, em sua ânsia por elevar a arrecadação, reverteu essa política e anunciou um aumento generalizado no IOF câmbio. Essa decisão tende a desestimular investimentos e encarecer o crédito, prejudicando a economia brasileira”, escreveu Bolsonaro na plataforma X (antigo Twitter).
O governo federal havia anunciado que a medida poderia gerar uma arrecadação extra de R$ 20,5 bilhões em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026. No entanto, após críticas de economistas, investidores e parlamentares da oposição, o Ministério da Fazenda recuou parcialmente, mantendo a alíquota atual de 1,1% para remessas feitas por pessoas físicas e para investimentos no exterior.
Bolsonaro também destacou outras medidas de desoneração adotadas durante seu mandato, como a redução do IPI em 35% para cerca de 4 mil produtos e a isenção de impostos federais sobre combustíveis em 2022.
“O país não suporta mais a elevação constante da carga tributária”, afirmou o ex-presidente, acrescentando que está em diálogo com lideranças do Partido Liberal para tentar barrar o aumento por meio do Congresso Nacional.
A discussão sobre a carga tributária no Brasil tem sido um ponto sensível na política econômica. Enquanto o governo Lula argumenta que o ajuste é necessário para cumprir metas fiscais e bancar programas sociais, a oposição aponta o risco de retração econômica e fuga de investimentos.
Com o recuo parcial, o debate sobre o equilíbrio entre arrecadação e estímulo econômico deve continuar no centro da pauta em Brasília.