Comandante da Marinha nega ter recebido ordem para impedir posse de Lula
Nesta sexta-feira, 23 de maio de 2025, o almirante Marcos Sampaio Olsen, atual comandante da Marinha do Brasil, prestou depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) em defesa do almirante Almir Garnier, que está sendo julgado por suposta tentativa de golpe de Estado em 2022. Olsen refutou as alegações de que havia recebido instruções para barrar a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando que, durante o período eleitoral, estava sob o comando de Garnier e não recebeu qualquer ordem nesse sentido.
O depoimento de Olsen ocorre no contexto da Operação Contragolpe, uma investigação da Polícia Federal iniciada em novembro de 2024 para apurar crimes relacionados à tentativa de golpe que visava impedir a posse de Lula e Geraldo Alckmin. A operação resultou no indiciamento de 37 pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto, pelos crimes de abolição violenta do estado democrático, golpe de Estado e organização criminosa.
Durante o depoimento, Olsen também comentou uma nota emitida pela Marinha em novembro de 2024, que refutava a alegação de que tanques haviam sido posicionados nas ruas para um potencial golpe. Ele afirmou que a nota respondia às matérias veiculadas na mídia sobre o assunto e reiterou que, em momento algum, houve ordem, mobilização ou planejamento para o emprego de veículos blindados com fins de impedir ou restringir o exercício dos Poderes constitucionais.
O julgamento sobre a tentativa de golpe de Estado ainda está em andamento no STF, com a Primeira Turma analisando as denúncias contra os envolvidos. A defesa dos acusados contesta as acusações, apontando falta de provas e questionando a validade das delações.
O depoimento de Olsen e os desdobramentos do caso continuam a atrair atenção pública e política, refletindo a complexidade e a gravidade das acusações relacionadas à tentativa de golpe no Brasil.
