Justiça Eleitoral cassa senador petista por compra de votos

O Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA) cassou o mandato do senador Beto Faro (PT) na noite de terça-feira, 20 de maio de 2025, sob as acusações de:

  • Abuso de poder econômico;

  • Captação ilícita de votos;

  • Corrupção eleitoral;

  • Assédio a eleitores.

A decisão, tomada por 5 votos a 2, também afeta os dois suplentes da chapa: Josenir Gonçalves Nascimento (PT) e Leny May da Silva Campelo (PCdoB).

Entenda o caso

A ação foi movida pelo Partido Liberal (PL), que apresentou provas de um suposto esquema de coação eleitoral envolvendo:

  • A empresa Kapa Capital, cujo proprietário seria aliado de Faro;

  • Ofertas de pagamento extra (vale-alimentação dobrado) a trabalhadores em troca de votos;

  • Áudios e mensagens de WhatsApp comprovando a ação;

  • Relatos de reuniões onde celulares eram confiscados para impedir registros, o que o tribunal interpretou como indício de intenção dolosa.

Um dos juízes afirmou em seu voto:

“O proprietário da Kapa Capital, ao lado de seu gerente administrativo, não apenas pediu votos para o candidato Beto Faro, como prometeu e ofereceu de forma explícita o pagamento em dobro do ticket alimentação àqueles que atendessem à solicitação.”

Defesa e próximos passos

A defesa do senador argumenta que:

  • As gravações foram obtidas de forma ilegal;

  • As provas deveriam ser inutilizadas por violarem a intimidade dos envolvidos.

Contudo, o TRE considerou as provas válidas e manteve a decisão.

Apesar da cassação, Beto Faro segue no cargo enquanto houver possibilidade de recursos. Ele já anunciou que vai recorrer da decisão ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Repercussão política

  • O caso repercute fortemente no cenário político paraense e nacional, por envolver um senador em exercício de um dos maiores partidos da base do governo federal.

  • A cassação reforça o aumento de fiscalizações eleitorais mais rigorosas, especialmente envolvendo práticas empresariais abusivas em eleições.

Se confirmada pelo TSE, a decisão pode abrir caminho para novas eleições ou posse do candidato adversário, conforme os votos válidos da disputa em 2022.

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Bruno Rigacci

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