Comentarista da GloboNews critica Janja: Se não está satisfeita, deve se candidatar

O comentarista político da GloboNews, Octavio Guedes, criticou nesta segunda-feira (19) a postura da primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, diante das repercussões de sua recente fala ao presidente da China, Xi Jinping. O episódio, classificado nos bastidores como uma saia justa diplomática, levantou questionamentos sobre o papel e os limites de atuação pública da esposa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Durante participação no canal de notícias, Guedes afirmou que Janja vem reagindo mal às críticas, tratando qualquer contestação como uma tentativa de silenciá-la. Segundo ele, o cargo de primeira-dama não confere legitimidade política ou representativa — e, caso ela queira ter esse espaço, deveria buscar um mandato eletivo.

“Existe limite para você exercer esse papel de primeira-dama. Se não gosta desse papel, se não está satisfeita com esses limites, que valem para qualquer primeira-dama, em qualquer lugar do mundo, o correto é: se candidatar, ser eleita e aí sim adquirir direitos políticos de representação”, declarou o jornalista.

Janja responde e diz que não se calará

As críticas surgiram após Janja comentar diretamente com Xi Jinping, durante um evento oficial, sobre a necessidade de regulação da rede social TikTok, mencionada por Lula em seu discurso. A intervenção, segundo fontes da diplomacia brasileira, teria causado desconforto, já que abordou diretamente um tema delicado com o chefe de Estado chinês, rompendo o protocolo tradicional.

Nesta segunda-feira (19), durante a abertura de um evento do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, Janja comentou a repercussão e se defendeu. Em sua fala, reafirmou que não pretende se calar diante de temas que considera relevantes.

“Não há protocolo que me faça calar se eu tiver uma oportunidade de falar sobre isso com qualquer pessoa que seja. Do maior grau ao menor grau. Do mais alto nível a qualquer cidadão comum”, disse Janja.

Ela ainda acrescentou que sua voz será usada sempre em defesa de causas como a proteção de crianças e adolescentes, e que não aceitará ser silenciada por exercer esse papel como mulher e cidadã.

“Eu, como mulher, não admito que alguém me diga que tenho que ficar calada. Eu não me calarei quando for para proteger a vida das nossas crianças e adolescentes”, completou.

Papel institucional da primeira-dama em debate

O episódio reacende um debate recorrente na política brasileira: quais são os limites e as prerrogativas do papel da primeira-dama, uma figura que, embora sem cargo formal, frequentemente ganha visibilidade pública e política. A atuação ativa de Janja, tanto em pautas sociais quanto em agendas de governo e encontros internacionais, tem sido alvo de críticas e elogios desde o início do terceiro mandato de Lula.

Aliada de longa data do presidente, Janja vem construindo uma imagem de primeira-dama engajada e protagonista. Contudo, analistas políticos alertam que essa atuação precisa considerar os limites constitucionais e diplomáticos do cargo que ocupa informalmente.

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Bruno Rigacci

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