MS: Prefeitura aproveita bebês reborn para incentivar vacinação
A Prefeitura de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, surpreendeu ao lançar uma campanha de vacinação contra a gripe que utiliza bebês reborns — bonecas hiper-realistas que se assemelham a recém-nascidos — como recurso visual e simbólico para chamar a atenção da população. A estratégia, veiculada nas redes sociais neste sábado (17), tem como objetivo conscientizar sobre a importância da imunização, especialmente em meio à baixa adesão à vacina em algumas regiões do país.
“Bebê reborn pode ser brincadeira, mas a gripe precisa ser levada a sério”, diz a postagem oficial, que complementa com a frase: “Bebês reborns não pegam gripe. Humanos, sim. Vacine-se.”
A publicação também informa os pontos de vacinação abertos no fim de semana, reforçando o chamado à responsabilidade coletiva com a saúde pública. A ação gerou repercussão positiva nas redes, com internautas elogiando a criatividade da campanha e a abordagem leve e eficaz para um tema sério.
Entre o lúdico e o real: quando a brincadeira vira debate público
A escolha dos reborns como símbolo da campanha não é aleatória. Nos últimos meses, o tema ganhou destaque nas redes sociais, com vídeos de adultos brincando, cuidando e até levando os bonecos a espaços públicos como se fossem crianças reais. O comportamento inusitado — que mistura afeto, fantasia e, em alguns casos, questões emocionais mais profundas — acabou despertando discussões sobre limites e uso de serviços públicos.
Essa popularização levou inclusive o assunto ao campo legislativo. Em Curitiba (PR), a prefeitura publicou uma nota orientando que “pais” de bebês reborns não têm direito a assentos preferenciais no transporte coletivo. Em outras esferas, como a Assembleia Legislativa de São Paulo e a Câmara dos Deputados, projetos de lei foram apresentados para proibir o uso de reborns como justificativa para atendimento prioritário no SUS (Sistema Único de Saúde). As propostas preveem multas para quem tentar burlar o sistema com o uso desses bonecos.
Criatividade como ferramenta de saúde pública
A iniciativa de Campo Grande, no entanto, se distancia das polêmicas e se aproxima de uma estratégia de comunicação eficaz, ao usar uma tendência da internet para promover engajamento com um tema de interesse coletivo. A campanha aproveita o apelo emocional e o humor leve para reforçar uma mensagem clara: a gripe é uma doença séria, e a vacinação é fundamental para preveni-la.
Apesar de ainda não ter comentado oficialmente a ação, a prefeitura foi amplamente elogiada nas redes sociais. A campanha também gerou engajamento orgânico, com muitos usuários compartilhando o post e marcando amigos, familiares e colegas — potencializando o alcance da mensagem.
Vacinação segue como prioridade
O uso de criatividade em campanhas de saúde pública tem se mostrado cada vez mais necessário diante do desinteresse crescente pela vacinação, sobretudo em contextos onde o negacionismo científico e a desinformação ganham espaço. Ao lançar mão de uma tendência cultural, como o uso dos bebês reborns, a prefeitura consegue romper a barreira da indiferença e se conectar com diferentes públicos.
Resta saber se a repercussão positiva da campanha será suficiente para aumentar a cobertura vacinal no município — objetivo central da ação — e se outras prefeituras seguirão o exemplo ao adotar estratégias criativas para temas de saúde pública.