Gilson Machado pede doações de Pix para Bolsonaro e Eduardo
O ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, lançou no último sábado (17) uma campanha de arrecadação via Pix em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em vídeo publicado nas redes sociais, Machado divulgou a chave Pix — o CPF de Bolsonaro — vinculada a uma conta no Banco do Brasil, e pediu contribuições para custear despesas do ex-presidente, de seus advogados, de médicos e do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), atualmente morando nos Estados Unidos.
“Vocês não têm noção da nossa preocupação com as despesas, centenas e, diga-se de passagem, de várias origens”, afirmou Gilson no vídeo. Ele classificou a campanha como uma iniciativa pessoal, sem coordenação formal com o ex-presidente ou seu partido.
Segundo o ex-ministro, Bolsonaro já teria gasto cerca de R$ 8 milhões dos R$ 17 milhões arrecadados via Pix em 2023, valor registrado em relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras). “O presidente recebeu na outra campanha 17 milhões de reais, mas já gastou em um ano 8 milhões, já começou a desidratar”, disse.
Despesas nos EUA e apoio a Eduardo
Na semana passada, Jair Bolsonaro confirmou que parte dos recursos obtidos por doações está sendo utilizada para manter seu filho Eduardo Bolsonaro nos EUA. O deputado federal se licenciou da Câmara dos Deputados em março, alegando estar sofrendo “perseguição” no Brasil. Segundo ele, só retornará ao país quando o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), “for punido por abuso de autoridade”.
“Eu estou bancando as despesas dele agora. Se não fosse o Pix, eu não teria como bancar essa despesa, ele está sem salário e fazendo o seu trabalho de interlocução com autoridades no exterior”, declarou Bolsonaro. Eduardo, no entanto, não é alvo de denúncia ou indiciamento no inquérito sobre a tentativa de golpe de 8 de janeiro.
O ex-presidente afirmou ainda que deseja ver o filho disputando o Senado em 2026. “Ele resolveu ficar por lá, nós conversamos quase todos os dias, mas são diálogos reservados. Quero que ele dispute o Senado em 2026, mas precisamos que os ventos mudem”, disse.
A licença de Eduardo da Câmara tem duração de 120 dias, e Bolsonaro afirmou não saber se o filho retornará ao cargo até o fim do período. Antes do afastamento, Eduardo era cotado para presidir a Comissão de Relações Exteriores, com o objetivo de estreitar relações com o governo americano, especialmente com aliados do ex-presidente Donald Trump.
Reações e críticas
A nova campanha de arrecadação repercutiu nas redes sociais e dividiu opiniões. Críticos apontam que a mobilização levanta questionamentos éticos sobre o uso de doações para sustentar familiares no exterior, enquanto apoiadores justificam a campanha como um esforço legítimo de solidariedade entre aliados políticos.
A chave Pix disponibilizada por Gilson Machado circula amplamente entre grupos bolsonaristas, e há expectativa de nova rodada significativa de doações, embora ainda não haja números atualizados sobre o montante arrecadado até o momento.