Jair Bolsonaro desabafa: “Não vou sair do Brasil. Me prendam”
Alvo de nova ofensiva do Judiciário, desta vez por suspeita de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta sexta-feira (16) que não pretende deixar o Brasil e ironizou as acusações feitas contra ele, dizendo que seria o “golpe da Disney”.
Durante entrevista ao canal da rádio AuriVerde Brasil, no YouTube, Bolsonaro admitiu a possibilidade de ser preso e declarou:
“Eu, com 40 anos de cadeia no lombo, não tenho recurso para lugar nenhum. Eu vou morrer na cadeia.”
Investigado por chefiar organização criminosa
A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) acusando o ex-presidente de ser líder de uma organização criminosa armada envolvida em:
Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
Golpe de Estado
Dano qualificado por violência e ameaça ao patrimônio público
Deterioração de bem tombado (em referência aos ataques de 8 de janeiro de 2023)
A soma das penas pelos crimes imputados pode ultrapassar 40 anos de prisão.
“Golpe da Disney” e críticas ao STF
Bolsonaro, que estava em Orlando, nos Estados Unidos, na data dos ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília, voltou a ironizar a denúncia:
“Qual crime? Crime impossível, golpe da Disney. Junto com o Pateta, com a Minnie e com o Pato Donald, que eu estava lá em Orlando, programou esse golpe aí.”
Apesar da ausência física do ex-presidente no Brasil no dia 8 de janeiro, ministros como Flávio Dino e Cristiano Zanin, do STF, já afirmaram publicamente que a participação em um crime pode ocorrer sem a presença física no local do fato, caso fique comprovada a autoria intelectual ou liderança de um plano criminoso.
Bolsonaro fala em “perseguição do sistema” e mira 2026
Durante a entrevista, Bolsonaro também criticou o que considera ser uma perseguição política com o objetivo de inviabilizar sua candidatura à Presidência em 2026:
“Eles querem me tirar do jogo. É o sistema jogando pesado.”
O ex-presidente continua mobilizando sua base nas redes sociais e em eventos públicos, mesmo após ter sido tornado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em outro processo. Seus aliados no Congresso e nos estados mantêm o discurso de que Bolsonaro é vítima de uma “criminalização da oposição”.