Com 134 Milhões de visualizações, Nikolas dá show e humilha a base de Lula sobre escândalo do INSS
A estratégia digital do governo federal para conter a narrativa do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) sobre o escândalo dos descontos irregulares no INSS teve desempenho modesto e revelou o desequilíbrio de força nas redes sociais. Enquanto o parlamentar bolsonarista acumulava 134 milhões de visualizações com seu vídeo crítico, a ofensiva de aliados do governo somou apenas 5,5 milhões de visualizações, o equivalente a 4,1% do impacto obtido por Nikolas.
O vídeo que dominou as redes
No dia 6 de maio, Nikolas publicou um vídeo nas redes em que associa diretamente o esquema bilionário de fraudes no INSS ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O deputado classificou o episódio como “o maior escândalo da história” e utilizou um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) para reforçar sua acusação de que a maior parte das denúncias ocorreu sob a atual gestão.
O vídeo viralizou rapidamente, impulsionado por uma base digital fiel e altamente engajada, superando 134 milhões de visualizações até o dia 9 de maio.
Reação do governo foi tímida
Diante da repercussão, o Palácio do Planalto articulou uma reação emergencial, envolvendo ministros e parlamentares aliados. Entre os principais nomes mobilizados estavam:
Vinicius Carvalho, ministro da CGU
Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT
Lindbergh Farias (PT-RJ)
Paulo Pimenta (PT-RS)
André Janones (Avante-MG)
O ministro Vinicius Carvalho tentou rebater as acusações em vídeo, afirmando que as investigações começaram ainda em 2017 e que os R$ 6 bilhões em fraudes já identificadas fazem parte de uma operação conjunta com a Polícia Federal. Ele também explicou que os R$ 90 bilhões citados por Nikolas se referem, na verdade, ao volume total de crédito consignado liberado em 2023 — e não a prejuízo por fraudes.
Mesmo assim, o vídeo do ministro alcançou apenas 965,6 mil visualizações até a sexta-feira, 9.
Janones lidera entre governistas, mas também perde
O único aliado do governo que conseguiu algum destaque foi o deputado André Janones, que publicou um vídeo antecipadamente, um dia antes de Nikolas, sobre o tema. Mesmo assim, ficou muito atrás, com 3,7 milhões de visualizações.
Outros aliados tiveram desempenho ainda mais discreto:
Gleisi Hoffmann: 203,6 mil visualizações
Lindbergh Farias: 534 mil visualizações
Implicações
O descompasso entre o alcance das narrativas evidencia a fragilidade da comunicação digital do governo, especialmente em disputas rápidas e emocionais nas redes sociais. Apesar de contar com figuras públicas e estrutura institucional, a reação governista foi lenta e ineficaz diante de uma base opositora altamente mobilizada.
O episódio também reacende o debate sobre a necessidade de uma estratégia digital mais proativa e coordenada por parte do governo para enfrentar temas sensíveis e conter a erosão de sua imagem pública.