Retrato de Paulo Guedes Fica de Fora da Galeria de Ex-Ministros da Fazenda

Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, o Ministério da Fazenda informou que Paulo Guedes, responsável pela política econômica do país entre 2019 e 2022, não integra a galeria por não ter ocupado formalmente o cargo de ministro da Fazenda — e sim o de ministro da Economia, cargo criado no início do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O questionamento partiu de um requerimento de informações apresentado pelo deputado federal Evair de Melo (PP-ES), aliado político do ex-presidente. O parlamentar solicitou esclarecimentos sobre o motivo da ausência da imagem de Guedes na galeria oficial de ex-ministros, localizada na sala do Conselho Monetário Nacional, em Brasília.

“Cargo da Fazenda Deixou de Existir”, diz Ministério

Em resposta assinada pelo secretário-executivo adjunto Rafael Dubeux, o ministério afirmou que, com a criação do Ministério da Economia — que incorporou as antigas pastas da Fazenda, Planejamento, Indústria e Comércio Exterior e Previdência — o cargo de ministro da Fazenda deixou de existir durante o governo Bolsonaro.

“Considerando que a galeria localizada na sala do Conselho Monetário Nacional é composta por fotografias oficiais de ex-ministros unicamente da Fazenda, a foto do então ministro da Economia não chegou a ser posta na parede da sala”, afirmou o ministério no documento.

Além disso, a pasta ressaltou que não há uma norma interna que regulamente oficialmente a inclusão de retratos na galeria, e que a ausência de Guedes não se trata de um ato de exclusão política, mas de uma delimitação administrativa.

Reformulação da Galeria Está em Curso

O ministério informou ainda que a galeria está passando por um processo de reformulação, com planos de transferi-la para um local de maior acesso ao público. A possibilidade de incluir o retrato de Guedes será considerada apenas após a conclusão da primeira etapa do projeto.

“A inserção do retrato do então ministro da Economia, em sequência aos dos ex-ministros da Fazenda, será objeto de avaliação”, concluiu a resposta enviada ao Congresso.

Polêmica Reacende Debate Sobre Legado e Memória Institucional

O episódio gerou críticas entre apoiadores de Guedes e do governo Bolsonaro, que interpretaram a ausência como um gesto de apagamento político. Já interlocutores do atual governo consideram a justificativa técnica e administrativa válida, destacando a distinção entre os cargos e o momento institucional da mudança.

Paulo Guedes comandou a economia brasileira durante os quatro anos do governo Bolsonaro, promovendo reformas liberais, privatizações e uma agenda de contenção fiscal que gerou tanto elogios quanto controvérsias. Seu nome ainda divide opiniões no cenário político e econômico, o que torna a ausência de sua imagem um assunto carregado de simbolismo para ambos os lados da disputa.

Compartilhe nas redes sociais

Bruno Rigacci

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site usa cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site! ACEPTAR
Aviso de cookies