Eduardo rebate acusação de mentira e desafia jornalista: “Mentirosos profissionais”
O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) reagiu com veemência, nesta terça-feira (6), às críticas do jornalista Jamil Chade, do portal UOL, que o acusou de divulgar uma versão falsa sobre os objetivos da visita ao Brasil de David Gamble, coordenador de sanções do Departamento de Estado dos EUA. Em resposta, Eduardo não apenas reafirmou suas declarações, como chamou o jornalista de “militante” e “mentiroso profissional”, lançando ainda um desafio público para que seus críticos o “cobrem depois”.
A polêmica gira em torno das intenções por trás da viagem de Gamble, que, segundo Eduardo, estaria relacionada a possíveis sanções a autoridades brasileiras, com foco especial no ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. Essa alegação foi desmentida por Jamil Chade, que afirmou, com base em fontes diplomáticas e na embaixada americana, que a visita tratou exclusivamente de cooperação no combate ao crime organizado, sem qualquer menção a temas como liberdade de expressão ou ações contra o STF.
Choque de versões
Para Eduardo Bolsonaro, a tentativa de desmenti-lo é parte de um esforço da “imprensa militante” para minar sua atuação internacional. Ele afirma que, independentemente do motivo oficial divulgado, a simples presença de um diplomata responsável por sanções no país já demonstra o peso das articulações feitas por ele em Washington.
“Tem muito mais em jogo. Quem acompanha meu trabalho sabe que esta é só uma das frentes. Me cobrem depois”, escreveu o deputado, em tom desafiador, nas redes sociais.
PCC e segurança hemisférica
A visita de Gamble, segundo Eduardo, também teria relação com a crescente preocupação dos Estados Unidos com a atuação transnacional do Primeiro Comando da Capital (PCC). O deputado relembrou uma operação recente do Departamento de Justiça dos EUA que prendeu 18 brasileiros ligados à facção criminosa e resultou na apreensão de armamento pesado e drogas. Para ele, o PCC deve ser oficialmente classificado como uma Organização Terrorista Estrangeira, o que abriria caminho para ações mais duras contra suas operações internacionais.
Imprensa versus política
A reportagem de Jamil Chade destaca que a visita de Gamble foi organizada com participação direta do governo brasileiro, o que, segundo o jornalista, contradiz a narrativa de que Eduardo teria influência sobre o episódio. A matéria reforça que não houve qualquer menção a Alexandre de Moraes ou temas correlatos na agenda oficial da embaixada americana.
Eduardo, por sua vez, acusa o UOL e outros veículos de agirem como atores políticos disfarçados de imprensa. “Eles trabalham não para informar, mas para servir à esquerda”, disse, elevando o tom do embate já acalorado entre bolsonaristas e parte da mídia tradicional.
Disputa por narrativa em ano estratégico
O caso é mais um exemplo da guerra de versões que caracteriza a política brasileira recente. Ao mesmo tempo em que Eduardo Bolsonaro tenta capitalizar sua atuação nos Estados Unidos como símbolo de protagonismo e alinhamento com temas como segurança internacional, parte da imprensa e adversários políticos o acusam de manipular fatos para autopromoção.
Com eleições municipais se aproximando e o bolsonarismo buscando se rearticular no cenário nacional, embates como este devem se intensificar — sempre com grande repercussão nas redes sociais e forte polarização entre públicos já ideologicamente divididos.