Conselho Tutelar proíbe “Pastor Mirim Miguel Oliveira” de pregar e usar redes sociais

O jovem missionário Miguel Oliveira, que vinha ganhando notoriedade nas redes sociais e no meio evangélico por suas pregações e supostos atos de cura, foi proibido de participar de cultos, eventos religiosos e de manter atividades online relacionadas à fé. A medida foi determinada pelo Conselho Tutelar durante uma reunião realizada nesta terça-feira (29), com a presença dos pais do garoto e de seu líder espiritual, o pastor Marcinho Silva.

A decisão, que não tem prazo determinado para ser revista, inclui a suspensão de todas as atividades ministeriais do jovem e o veto à publicação de conteúdos envolvendo revelações espirituais, orações de cura ou qualquer forma de pregação.

Repercussão de vídeos motivou a decisão

A medida foi motivada pela ampla repercussão negativa de vídeos em que Miguel aparece realizando supostas curas durante cultos. Em uma das gravações mais controversas, ele rasga documentos que seriam laudos médicos enquanto afirma: “Eu rasgo o câncer, filtro o teu sangue e curo a leucemia.” As imagens, acompanhadas por gritos e aplausos da congregação, geraram críticas intensas nas redes sociais e preocupação entre teólogos e líderes religiosos.

Críticos acusaram o jovem de explorar a fé alheia e simular manifestações espirituais sem respaldo teológico ou pastoral. “Já aprendeu cedo a explorar a fé do próximo”, comentou um usuário em uma das postagens que viralizaram.

Conselho determina retorno às aulas presenciais

Além da suspensão das atividades religiosas, Miguel foi orientado a retornar imediatamente às aulas presenciais, interrompendo o modelo de ensino remoto que vinha adotando. A decisão foi considerada necessária pelas autoridades e por seu pastor, diante do nível de exposição e das pressões psicológicas envolvidas.

O pastor Marcinho Silva afirmou que o garoto demonstrou resistência à decisão, mas defendeu a medida como essencial para sua proteção emocional e desenvolvimento pessoal. “É preciso cuidado. Ele é um menino com talento, mas precisa amadurecer e ser orientado com responsabilidade”, declarou.

Debate sobre atuação juvenil no ministério

O caso reacendeu discussões no meio evangélico sobre a atuação de jovens em posições de liderança espiritual, especialmente quando expostos nas redes sociais sem acompanhamento teológico ou supervisão pastoral adequada. Para muitos, a trajetória de Miguel é um alerta sobre os riscos da superexposição e da fama precoce no ambiente religioso.

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Bruno Rigacci

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