PL quer impedir intimações judiciais a pacientes em estado grave

O Partido Liberal (PL) apresentou nesta terça-feira (29) um projeto de lei que pretende limitar a entrega de intimações judiciais a pessoas internadas em estado clínico grave, especialmente em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). A proposta, de autoria da deputada federal Bia Kicis (PL-DF), surge em resposta direta à citação judicial recebida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro durante sua internação em Brasília na semana passada.

O episódio causou forte reação entre apoiadores de Bolsonaro e reacendeu o debate sobre os limites da atuação judicial em situações de vulnerabilidade médica.

O que propõe o projeto

O texto altera o Código de Processo Civil e estabelece que:

  • Citações a pacientes em estado grave só poderão ocorrer com autorização judicial expressa;

  • Será necessário parecer técnico de um profissional de saúde, confirmando que o ato não trará prejuízos ao paciente;

  • A entrada de oficiais de Justiça ou qualquer pessoa para fins de citação dependerá da anuência do médico responsável e da direção da unidade hospitalar.

“É inaceitável submeter vulneráveis a atos formais”, diz Bia Kicis

Em sua justificativa, a deputada Bia Kicis afirma que a proposta visa garantir o devido processo legal sem comprometer a saúde de pacientes debilitados:

— “É inaceitável que um indivíduo, em situação de vulnerabilidade extrema, possa ser submetido a um ato formal como a citação judicial sem a devida avaliação médica”, declarou.

Segundo ela, a legislação atual é omissa em relação a esse tipo de situação, o que, na sua visão, abre espaço para abusos e constrangimentos.

Direitos fundamentais em foco

O PL argumenta que o projeto visa proteger direitos fundamentais, como a dignidade humana e o direito à saúde, equilibrando a atuação do Estado com a integridade física e emocional de cidadãos em condição crítica. A iniciativa ainda será analisada pelas comissões da Câmara antes de seguir para votação no plenário.

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Bruno Rigacci

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