Michelle enaltece postura de Fux, “único juiz de carreira” no STF
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) criticou, neste sábado (26), a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que condenou a cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos a 14 anos de prisão em regime fechado por sua participação nos atos de 8 de janeiro de 2023. A manifestante ficou conhecida por escrever com batom, na estátua da Justiça, a frase “Perdeu, mané”, dita pelo ministro Luís Roberto Barroso em ocasião anterior.
Por meio de seus stories no Instagram, Michelle — que é presidente nacional do PL Mulher — elogiou o voto divergente do ministro Luiz Fux, que propôs uma pena significativamente menor: 1 ano e 6 meses. Segundo ela, a posição de Fux representou “uma fagulha de bom senso” em meio à decisão majoritária da turma.
“Não era o que desejávamos, mas a postura do ministro Fux — único juiz de carreira — foi mais sensata do que a de todos os outros, incluindo a de uma ministra. Uma fagulha de bom senso! Parabéns, ministro Fux, por sua decisão, contrariando os demais. Que Deus toque os corações deles também!”, escreveu.
Em uma crítica indireta à ministra Cármen Lúcia, única mulher da Primeira Turma, Michelle fez referência explícita à formação profissional de Fux, destacando sua origem na magistratura de carreira, ao contrário dos demais ministros da composição atual.
Michelle concluiu a publicação com um versículo bíblico, extraído de Romanos 1:18:
“Portanto, a ira de Deus é revelada dos céus contra toda impiedade e injustiça dos homens que suprimem a verdade pela injustiça.”
O caso Débora Rodrigues
A condenada, Débora Rodrigues, foi apontada como participante ativa nos atos que resultaram na depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília. Segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República, ela teria incentivado e praticado atos de vandalismo, sendo responsabilizada por crimes como associação criminosa armada, dano qualificado e golpe de Estado.
Apesar do voto de Fux por pena mais branda, a maioria da Primeira Turma — formada também por Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Flávio Dino — decidiu por aplicar pena de 14 anos em regime fechado, com base na gravidade dos atos e sua repercussão institucional.