Janja dispensa véu em funeral; sorriso da primeira-dama chama atenção
Neste sábado (26), o Vaticano foi palco de uma das cerimônias mais solenes da Igreja Católica: o funeral do Papa Francisco. O pontífice argentino, que faleceu na última semana, foi homenageado em uma cerimônia carregada de simbolismo, tradição e diplomacia. Cerca de 50 chefes de Estado participaram da cerimônia na Praça de São Pedro, marcada por regras rígidas de vestimenta e posicionamento.
Etiqueta à risca: trajes sob protocolo do Vaticano
O manual da Santa Sé define cada detalhe da cerimônia, especialmente para líderes mundiais e figuras de destaque. O código de vestimenta é claro: homens devem usar terno escuro com gravata preta longa e um botão preto na lapela esquerda. As mulheres, por sua vez, devem vestir trajes pretos, preferencialmente longos, com luvas e véu — este último opcional, embora tradicional.
Durante a cerimônia, notou-se a escolha de algumas líderes femininas por não utilizar o véu. Foi o caso da primeira-dama do Brasil, Janja da Silva, e de Brigitte Macron, esposa do presidente francês Emmanuel Macron, seguindo uma tendência que vem sendo cada vez mais comum nos eventos vaticanos.
O único adorno permitido pelo protocolo é um discreto colar de pérolas.
Líderes alinhados: quem se senta onde
O posicionamento durante o funeral também obedece a regras rigorosas. A primeira fila foi reservada à delegação da Itália — país do qual o papa é primaz — e à da Argentina, terra natal de Francisco. Em seguida, soberanos católicos, como os reis da Bélgica e da Espanha, foram posicionados ao lado do grão-mestre da Ordem de Malta. Logo depois, vieram os soberanos não católicos e sucessores ao trono.
Chefes de Estado foram organizados por ordem alfabética com base no idioma francês, a língua oficial da diplomacia. Já as autoridades civis se sentaram à direita do caixão, voltadas para a basílica. Os cardeais, por sua vez, ficaram alinhados em frente à entrada da Basílica de São Pedro, formando um corredor simbólico para a despedida do pontífice.
Cortejo e sepultamento: a última vontade do papa
Após a cerimônia na Praça de São Pedro, o corpo de Francisco foi levado em cortejo fúnebre por 5,5 quilômetros até a Basílica de Santa Maria Maior, um dos locais mais simbólicos para ele em Roma. Foi lá, fora dos muros do Vaticano, que o papa escolheu ser sepultado, quebrando uma tradição centenária. O último pontífice a ser enterrado fora do Vaticano foi Leão XIII, em 1903.
A escolha de Francisco reflete seu perfil simples e voltado à espiritualidade cotidiana. Frequentemente, ele era visto em oração na Santa Maria Maior, o que torna sua última morada um símbolo de sua vida pastoral.
Presenças marcantes
Além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, estiveram presentes na cerimônia o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o presidente argentino Javier Milei, e diversos monarcas europeus. A presença massiva de autoridades evidencia o impacto global do pontificado de Francisco, que marcou a história da Igreja com mensagens de inclusão, justiça social e diálogo inter-religioso.