Alexandre de Moraes determina soltura do cacique Tserere
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, nesta sexta-feira (25/4), a soltura do indígena xavante José Acácio Serere Xavante, conhecido como Cacique Tserere, que estava preso desde 22 de dezembro de 2024. A prisão ocorreu na fronteira com a Argentina, quando ele tentava fugir para o país vizinho.
Embora tenha concedido a liberdade ao Cacique, o ministro Moraes impôs uma série de medidas cautelares que devem ser seguidas por Tserere. As medidas incluem:
Uso de tornozeleira eletrônica;
Proibição de utilizar redes sociais, incluindo a de terceiros;
Proibição de comunicar-se com outros envolvidos nos ataques de 8 de janeiro, por qualquer meio de comunicação;
Proibição de conceder entrevistas a qualquer meio de comunicação, salvo autorização do STF;
Proibição de receber visitas, exceto de seu advogado.
Liderança nos atos de 8 de janeiro
Cacique Tserere foi um dos líderes do acampamento formado em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília, durante os atos antidemocráticos de 2023. O movimento pedia um golpe militar contra o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Tserere também foi acusado de promover atos públicos com ameaças a ministros do STF em locais como o aeroporto e o ParkShopping, na capital federal.
Críticas a ministros do STF
O cacique, que se autodenomina pastor evangélico, ganhou notoriedade por seu apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e por realizar diversas manifestações em Brasília. Ele também ficou conhecido por gravar vídeos em que criticava o ministro Alexandre de Moraes e descredibilizava o sistema das urnas eletrônicas.
Em 2022, a prisão de Tserere gerou uma série de protestos violentos em Brasília, incluindo incêndios de carros e tentativas de invasão da sede da Polícia Federal, para onde o indígena foi inicialmente levado. Esses episódios marcaram a escalada de tensão no país após as eleições presidenciais.
Prisão e medidas cautelares
Apesar da soltura determinada pelo STF, o Cacique Tserere continua a enfrentar um conjunto de restrições impostas pela Justiça, que visam prevenir novas manifestações de incitação à violência e preservar a ordem pública. A decisão de Moraes reflete a gravidade das ações de Tserere durante os atos de 8 de janeiro, além de sua postura pública contra autoridades e instituições democráticas.
