Após citar Bíblia, Dino ouve de Moraes: “Vossa Excelência é candidato a Papa”

Durante o julgamento do chamado “núcleo de gerência” do suposto plano de golpe de Estado, realizado nesta terça-feira (22) no Supremo Tribunal Federal (STF), os ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino protagonizaram um momento inusitado e descontraído que chamou a atenção. Em meio ao debate sério sobre a tentativa de manutenção ilegal de Jair Bolsonaro no poder, um comentário bem-humorado de Moraes arrancou risos no plenário.

Tudo começou quando Flávio Dino, ex-ministro da Justiça e atual membro da 1ª Turma do STF, citou a Bíblia para reforçar seu ponto em uma discussão semântica com a ministra Cármen Lúcia sobre o termo “jurista”. Segundo Dino, a palavra pode ter conotações distintas dependendo de sua origem, e aproveitou para ilustrar com uma referência ao Antigo Testamento:

“E apenas para não deixar a Bíblia de fora, quem empresta dinheiro a juros comete um pecado, segundo o Antigo Testamento.”

A citação provocou risos em Cármen Lúcia e levou Alexandre de Moraes a reagir com bom humor:

“Vossa Excelência é candidato a Papa. Eu percebo uma certa…”, disse Moraes, em tom de brincadeira, antes de retomar seu voto.

A fala de Moraes ocorre um dia após a morte do Papa Francisco, vítima de um AVC na madrugada da segunda-feira (21). Coincidentemente, Flávio Dino havia homenageado o pontífice em suas redes sociais, chamando-o de “um exemplar cristão latino-americano”.

Apesar da leveza do momento, o julgamento trata de uma denúncia grave feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que acusa seis pessoas de integrarem o chamado “segundo núcleo” de planejamento de um golpe de Estado após as eleições de 2022. Segundo a PGR, esse grupo teria desempenhado papel central na tentativa de manter Bolsonaro no poder por vias ilegais.

A sessão é conduzida pela 1ª Turma do STF, composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Luiz Fux.

Mesmo em um julgamento de tamanha seriedade, o breve instante de descontração evidenciou o lado mais humano da Corte — onde, entre votos e embates jurídicos, também há espaço para leveza e ironia.

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Bruno Rigacci

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