O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) concedeu uma entrevista exclusiva ao jornalista César Filho, exibida na noite desta segunda-feira (21) pelo SBT Brasil. A conversa foi realizada diretamente do hospital DF Star, em Brasília, onde Bolsonaro se recupera de uma cirurgia no intestino.
Durante a entrevista, o ex-mandatário comentou o estado de saúde, as investigações que correm contra ele no Supremo Tribunal Federal (STF) e as acusações de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
“Golpe sem armas, sem liderança e sem presidente”
Questionado sobre sua responsabilidade nos eventos de 8 de janeiro de 2023, quando os prédios dos Três Poderes foram invadidos por manifestantes, Bolsonaro reiterou que estava fora do país na data e negou qualquer ligação com os atos.
“Golpe de Estado é uma brincadeira. Golpe sem liderança, sem tropa, sem armas, num domingo, e sem o respectivo presidente pra você poder destituí-lo naquele momento?”, ironizou.
O ex-presidente também contestou as acusações de dano ao patrimônio público e organização criminosa armada, citando que não houve apreensão de armas durante os atos.
“Nenhuma arma foi apreendida! Golpe de Estado com bandeira do Brasil nas costas?”, provocou.
Minuta do golpe e “plano punhal verde e amarelo”
Bolsonaro foi questionado sobre a suposta participação na redação de uma minuta de decreto para interferir nos resultados eleitorais. Ele negou qualquer intenção golpista.
“Nós conversamos dispositivos constitucionais”, respondeu, minimizando o conteúdo das reuniões citadas nas investigações da Polícia Federal.
Sobre o chamado “plano punhal verde e amarelo”, supostamente elaborado por um general da reserva para assassinar autoridades, Bolsonaro disse ter tomado conhecimento apenas pela imprensa, após o vazamento de informações da PF.
“Nunca passou pela minha frente, nunca tomei conhecimento disso aí.”
Críticas ao STF e expectativa eleitoral
Bolsonaro criticou a atuação do Judiciário e classificou os inquéritos em andamento como “intermináveis” e “sem base técnica”.
“É um processo tipicamente político, não tem nada de técnico”, afirmou.
O ex-presidente também falou sobre sua inelegibilidade e se mostrou confiante na reversão da situação até as eleições de 2026.
“A maioria da população não quer outro nome da direita que não seja Jair Messias Bolsonaro e ponto final.”
Ele evitou citar possíveis candidatos da direita, mas afirmou que há “bons nomes” surgindo, enquanto minimizou a força da esquerda, afirmando que não vê lideranças com apelo popular.