Cientista político expõe hipocrisia do governo Lula

Durante entrevista concedida nesta quinta-feira (17) ao site Pleno.News, o cientista político André Lajst, da ONG StandWithUs, fez duras críticas à postura adotada pelo governo brasileiro em relação ao conflito no Oriente Médio. Segundo Lajst, a falta de condenação explícita ao grupo terrorista Hamas e a ausência de diálogo com a comunidade judaica no Brasil têm afetado negativamente a imagem do país no exterior.

Isso enfraquece a posição do Brasil internacionalmente, porque os países e as pessoas estão olhando que o Brasil está é criticando Israel, não criticando o Hamas, fazendo notas de relatórios a Israel e não condenando o Hamas, não lembrando o 7 de outubro, não encontrando a liderança da comunidade judaica nenhuma vez desde o 7 de outubro – afirmou o especialista.

Lajst também criticou o que considera incoerência nos posicionamentos do governo Lula no cenário internacional. Para ele, o apoio a regimes autoritários contrasta com a retórica oficial de defesa dos direitos humanos.

Fazer nota apoiando a Venezuela, apoiando a Cuba ou apoiando a Rússia, ou ir para a Rússia, para o BRICS, para a reunião agora em junho… Isso mostra uma falta total de responsabilidade para com os próprios valores que eles dizem proteger – disse.

As declarações ocorrem em um momento de tensão diplomática entre Brasil e Israel. Em fevereiro de 2024, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi declarado “persona non grata” pelo governo israelense, após comparar a situação vivida pelos palestinos na Faixa de Gaza ao Holocausto, durante discurso em visita à Etiópia. A fala gerou forte repúdio internacional e foi classificada por autoridades israelenses como antissemita e ofensiva à memória das vítimas do nazismo.

A repercussão do posicionamento brasileiro se soma a um ambiente interno marcado por polêmicas e disputas entre poderes, como as recentes críticas ao ministro Alexandre de Moraes e a tensão envolvendo a Polícia Federal e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Com o Brasil buscando maior protagonismo em fóruns internacionais como o BRICS e o G20, especialistas alertam que a coerência na política externa será essencial para manter a credibilidade do país em negociações multilaterais e alianças estratégicas.

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Bruno Rigacci

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