Após 11 horas, termina, com sucesso, cirurgia de Bolsonaro
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi submetido neste domingo (13) a uma cirurgia de 11 horas para tratar uma grave obstrução intestinal — condição médica que voltou a afetá-lo de maneira intensa desde que foi alvo de um atentado a faca em 2018, na cidade de Juiz de Fora (MG). O procedimento, realizado no Hospital DF Star, em Brasília, começou às 10h20 e foi concluído apenas às 21h20.
Essa já é a sexta cirurgia a que o ex-mandatário se submete desde a tentativa de assassinato que quase tirou sua vida durante a campanha presidencial. O caso atual foi classificado pelo médico pessoal de Bolsonaro, o cirurgião Cláudio Birolini, como “o mais grave desde 2018”. Segundo ele, o quadro clínico que motivou a internação representou risco iminente de complicações severas.
Bolsonaro havia sido internado ainda na sexta-feira (11) no Rio Grande do Norte, após passar mal durante uma agenda política no interior do estado. Na ocasião, ele apresentou fortes dores abdominais, náuseas e indisposição, o que levou sua equipe a acionar socorro aéreo. Ele foi transferido de helicóptero até Natal, onde passou por exames iniciais que confirmaram o quadro de suboclusão intestinal, condição que exige intervenção cirúrgica rápida para evitar perfuração, necrose e infecção generalizada.
Procedimento longo e delicado
Durante a cirurgia, os médicos identificaram extensas aderências intestinais — um tipo de cicatriz interna que une segmentos do intestino entre si ou a outras estruturas, dificultando a passagem do bolo alimentar e causando dor, distensão abdominal e risco de ruptura.
De acordo com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que tem feito atualizações constantes sobre o estado de saúde do marido, a equipe médica explicou que a operação foi mais longa que o previsto exatamente pela gravidade das aderências. “Foram muitas. Por isso, o procedimento exigiu muito cuidado e tempo. Mas os sinais clínicos permanecem normais e estáveis”, escreveu Michelle em suas redes sociais.
A cirurgia também envolveu a reconstrução da parede abdominal, prejudicada pelas múltiplas intervenções cirúrgicas anteriores. É um processo técnico, minucioso, e que exige alto nível de precisão para evitar complicações pós-operatórias como hérnias, infecções ou fístulas intestinais.
Palavras-chave em destaque: saúde intestinal, cirurgia abdominal, aderência intestinal, obstrução, pós-operatório
A situação de Jair Bolsonaro chamou atenção da comunidade médica e da mídia, fazendo com que palavras-chave de alto CPC como “aderência intestinal”, “cirurgia de emergência”, “obstrução do intestino”, “cirurgia abdominal complexa”, “estado de saúde Bolsonaro” e “recuperação pós-cirúrgica” figurassem entre os termos mais pesquisados no Google Trends e redes sociais como X (antigo Twitter) e Telegram.
Além da preocupação médica, há também grande atenção política em torno da hospitalização do ex-presidente. Figuras públicas como os deputados Eduardo Bolsonaro, Nikolas Ferreira, Carla Zambelli e Bia Kicis se manifestaram em apoio, pedindo orações e destacando a “força e resiliência” do líder da direita brasileira.
Histórico de complicações após o atentado de 2018
Desde que foi atingido por uma facada desferida por Adélio Bispo de Oliveira, Bolsonaro passou por um total de seis procedimentos cirúrgicos — todos relacionados a complicações decorrentes do ferimento inicial. As principais cirurgias incluíram:
Colostomia de emergência (2018)
Reversão da colostomia (2019)
Correção de hérnias (2019 e 2020)
Retirada de aderências intestinais (2021)
Internações para tratar íleo paralítico (2022)
Cirurgia atual (2025) para desobstrução intestinal e reconstrução abdominal
A recorrência de complicações é comum em casos como o de Bolsonaro, em que há histórico de múltiplas intervenções cirúrgicas na cavidade abdominal. Cada cirurgia gera novos tecidos cicatriciais, aumentando o risco de aderências e obstruções.
Segundo o Manual MSD de Saúde, as aderências intestinais são responsáveis por cerca de 60% dos casos de obstrução intestinal em adultos que já passaram por cirurgias abdominais — uma estatística que ilustra a gravidade da situação.
Recuperação lenta e necessidade de internação prolongada
A previsão dos médicos é que Bolsonaro permaneça internado por tempo indeterminado, dependendo da evolução do seu pós-operatório. Durante os primeiros dias, ele deverá ser alimentado exclusivamente por via venosa (nutrição parenteral), enquanto o intestino se recupera. A movimentação será mínima, e haverá avaliação clínica constante para detectar qualquer sinal de infecção, sangramento ou falência funcional.
“Esses primeiros 10 dias após a cirurgia serão cruciais. Qualquer sinal de febre, dor intensa ou distensão abdominal pode indicar complicações sérias”, afirmou o gastroenterologista Rodrigo M. Cunha, em entrevista ao canal Jovem Pan News.
Consequências políticas da internação
O episódio ocorre em um momento em que Bolsonaro vinha intensificando sua atuação política nacional, percorrendo estados para apoiar candidatos aliados nas eleições municipais e mobilizar a base conservadora. Sua ausência temporária deverá impactar diretamente as articulações políticas do Partido Liberal (PL) e dos grupos da direita cristã e conservadora.
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, disse que “a saúde de Bolsonaro está acima de qualquer pauta política”, mas admitiu que haverá impacto nos próximos compromissos de campanha. Já a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que tem sido cotada como possível candidata à Presidência ou à vice em 2026, intensifica seu papel de liderança ao manter contato direto com apoiadores e imprensa.
Mobilização nas redes e engajamento recorde
A internação do ex-presidente também gerou uma explosão de engajamento nas redes sociais, com milhares de mensagens usando hashtags como #ForçaBolsonaro, #RecuperaçãoBolsonaro, #OraçãoPeloMito, e #SaúdeDoPresidente.
Influenciadores digitais da direita promoveram lives e espaços de oração coletiva, enquanto grupos do WhatsApp e Telegram divulgaram boletins médicos e pedidos de jejum e oração. No X, o nome “Bolsonaro” esteve entre os assuntos mais comentados do dia.
Conclusão: um líder ferido, mas não fora de combate
A prolongada cirurgia deste domingo revela que o corpo de Jair Bolsonaro ainda carrega as marcas físicas de um atentado político que mudou o curso da história brasileira. O procedimento de 11 horas é mais do que um desafio clínico: é um símbolo da resistência de um homem cuja figura se tornou central no debate público, seja pelo apoio massivo que recebe ou pelas críticas que enfrenta.
Agora, o foco se volta à recuperação e estabilidade clínica, mas o impacto vai muito além dos hospitais. A saúde do ex-presidente é também reflexo da fragilidade institucional, da polarização nacional e da disputa narrativa entre os campos ideológicos.
O Brasil, mais uma vez, segura a respiração à espera do desfecho de uma nova batalha na trajetória de Bolsonaro — uma batalha não travada nas urnas ou nos palanques, mas no centro cirúrgico e na luta silenciosa por continuar em pé.