Governo pede PF e PGR para investigar deputado que desejou a morte de Lula

A Advocacia-Geral da União (AGU) formalizou nesta terça-feira (8) um pedido à Polícia Federal (PF) e à Procuradoria-Geral da República (PGR) para que seja aberta uma investigação criminal em decorrência das declarações feitas pelo deputado Gilvan da Federal (PL-ES) durante a votação de um projeto que propõe a proibição do uso de armas de fogo pelos seguranças do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de seus ministros.

Durante a discussão do projeto, o relator Gilvan da Federal causou indignação ao fazer comentários extremamente agressivos e desejar a morte do presidente Lula. “Por mim, eu quero mais é que o Lula morra! Eu quero que ele vá para o quinto dos infernos! É um direito meu. Não vou dizer que vou matar o cara, mas eu quero que ele morra! Quero que ele vá para o quinto dos infernos porque nem o diabo quer o Lula. É por isso que ele está vivendo aí. Superou o câncer… tomara que tenha um ataque cardíaco. Porque nem o diabo quer essa desgraça desse presidente que está afundando nosso país. E eu quero mais é que ele morra mesmo. Que andem desarmados. Não quer desarmar cidadão de bem? Que ele andem com seus seguranças desarmados”, declarou o parlamentar de forma provocativa.

AGU Entra com Pedido de Investigação

No documento encaminhado à PF e à PGR, a AGU argumenta que as falas de Gilvan da Federal podem configurar os crimes de incitação ao crime e ameaça, solicitando que as autoridades competentes apurem as responsabilidades criminais. As palavras do deputado foram amplamente criticadas por diferentes setores políticos, que consideraram as declarações não apenas inadequadas, mas também perigosas para o ambiente democrático e para a segurança do país.

Reações Políticas

A reação imediata veio de vários parlamentares, especialmente do PT. O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), prometeu acionar o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados contra Gilvan da Federal, classificando as declarações como “inaceitáveis” e afirmando que o parlamentar deve ser responsabilizado por suas palavras.

Além disso, a aprovação do projeto que visa retirar as armas de fogo dos seguranças do presidente Lula também gerou ampla polêmica. A proposta foi aprovada pela Comissão de Segurança Pública com 15 votos favoráveis e 8 contrários, e agora segue para análise nas comissões de Constituição e Justiça e de Administração e Serviço Público antes de ser encaminhada ao Plenário da Câmara.

A Proposta e o Contexto Político

O projeto apresentado por dois deputados ligados à bancada armamentista, Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) e Delegado Caveira (PL-PA), visa alinhar a segurança do presidente e ministros à ideologia desarmamentista do atual governo. O relator do projeto, Gilvan da Federal, já havia gerado polêmica ao ironizar a política do governo de restrição ao porte de armas, sugerindo que, caso o governo quisesse retirar armas dos cidadãos, deveria também retirar das mãos dos seguranças do presidente.

O projeto e as declarações de Gilvan da Federal vêm em meio a um acirrado debate ideológico sobre a questão da segurança pública e da posse de armas no Brasil. Enquanto o governo Lula busca implementar medidas de controle mais rigoroso sobre o acesso a armamentos, setores da oposição, especialmente ligados à direita, defendem a ampliação do direito ao porte de armas para a população.

O Desfecho da Proposta

Antes de ser votada no Plenário da Câmara, a proposta deverá ser analisada nas comissões de Constituição e Justiça e de Administração e Serviço Público. Caso seja aprovada nessas comissões, ela pode seguir diretamente ao Senado, sem passar por nova votação na Câmara.

A continuidade desse projeto e as investigações sobre as declarações de Gilvan da Federal devem gerar novos desdobramentos nas próximas semanas, em meio a um cenário político cada vez mais polarizado e marcado por intensas divergências ideológicas.

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Bruno Rigacci

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