Malafaia critica contagem da USP sobre ato na Paulista: “Farsa”

O pastor Silas Malafaia usou suas redes sociais nesta segunda-feira (7) para contestar a contagem realizada pelo grupo de pesquisa Monitor do Debate Político, do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), da Universidade de São Paulo (USP), sobre o número de participantes no ato em apoio à anistia, ocorrido no último domingo (6) na Avenida Paulista. De acordo com o Cebrap, cerca de 44,9 mil pessoas estiveram na manifestação, um número considerado por Malafaia como “farsa”.

A pesquisa do Cebrap, que se baseia em imagens aéreas, foi realizada no horário de maior concentração de público, por volta das 15h44. Segundo a USP, a margem de erro para o levantamento é de 2,2 mil pessoas, o que indica que o número de participantes pode variar entre 42,7 mil e 47,1 mil.

Malafaia Contesta Metodologia e Números

Em um vídeo publicado em suas redes sociais, Malafaia criticou fortemente a metodologia utilizada pelos pesquisadores e chamou os números apresentados de “farsa”. O pastor questionou a precisão da contagem, afirmando que a metodologia usada pela USP, que indicaria uma margem de erro de apenas 2,2 mil pessoas, não seria confiável.

“Faço um vídeo para desmascarar a farsa dos números dos esquerdopatas da USP sobre a quantidade de pessoas em manifestações. Eles dizem que a metodologia deles tem 72% de precisão”, disse Malafaia.

Comparação com Manifestações Anteriores

O pastor também usou o exemplo de uma manifestação anterior promovida pelo PT para reforçar suas críticas. De acordo com a pesquisa da USP, o ato do PT teria contado com 6.600 pessoas, enquanto o evento de domingo, organizado por Malafaia e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), teria 44,9 mil.

Para Malafaia, a diferença de números entre as duas manifestações é flagrante e incompreensível. Ele chegou a questionar a comparação entre as duas imagens divulgadas pela USP, sugerindo que a avaliação dos dados foi desonesta.

“Na manifestação medíocre do PT, a USP disse que tinha 6.600 pessoas. E na manifestação de domingo, agora, a USP disse que tinha 45 mil pessoas. Compare as duas imagens”, disse Malafaia em sua crítica.

Estimativa de Público: 450 a 500 Mil Pessoas

Malafaia não apenas contestou os números da USP, mas também fez uma estimativa própria sobre a quantidade de participantes na manifestação. Ele afirmou, com confiança, que a Avenida Paulista estava muito mais cheia do que o número apontado pelo grupo de pesquisa da USP. Segundo o pastor, o número de pessoas na manifestação foi muito superior ao sugerido pela universidade.

“Cabem 744 mil pessoas na Avenida Paulista quando está cheia. A olho nu, a manifestação de domingo na Paulista tinha muito mais do que 20 vezes a manifestação do PT. Eu posso afirmar categoricamente que tinha entre 450 mil e 500 mil pessoas”, declarou Malafaia.

O pastor comparou o evento de domingo à manifestação organizada pelo PT, argumentando que as imagens não poderiam ser comparadas, já que o ato promovido por Malafaia teria sido muito maior em termos de participação popular. Ele questionou a credibilidade do levantamento e sugeriu que os números estavam sendo manipulados para diminuir a importância do evento.

A Crítica à “Esquerdopatia” e à Metodologia de Contagem

Malafaia também fez críticas ao que chamou de “esquerdopatia” no contexto das pesquisas e das metodologias usadas para medir as manifestações. Para ele, a interpretação dos números feita pela USP refletia uma tentativa de deslegitimar a força dos atos que, segundo ele, são apoiados por setores conservadores e bolsonaristas.

Esse tipo de embate sobre a quantidade de participantes em manifestações públicas tem se tornado cada vez mais comum no Brasil, onde a disputa de narrativas políticas também se reflete na forma como os dados são apresentados ao público. A contestação de Malafaia sobre a contagem feita pelo Cebrap levanta a questão sobre a confiabilidade das medições e a política por trás dessas análises.

Conclusão: Uma Guerra de Números

A crítica de Silas Malafaia à contagem de participantes na manifestação de apoio à anistia coloca em evidência a polarização política no Brasil, onde até mesmo a simples quantificação de público se torna um campo de batalha. De um lado, a pesquisa acadêmica busca fornecer dados baseados em métodos estatísticos e rigorosos; de outro, líderes políticos e religiosos contestam esses números, muitas vezes com estimativas pessoais e comparações com outros eventos.

Seja qual for a conclusão sobre o número real de participantes, o que está claro é que as disputas em torno dos dados refletem a intensa disputa ideológica e o poder das narrativas no atual cenário político brasileiro. A discussão sobre a metodologia e a precisão das contagens continuará a ser um tema central nas discussões públicas e políticas no país.

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Bruno Rigacci

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