Reeleição de Lula: um projeto de pelo menos R$ 34 bilhões
O projeto de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está se tornando uma verdadeira aposta financeira. De acordo com levantamentos recentes realizados pelo Poder360 e pela Folha de S. Paulo, o governo federal deve injetar cerca de 34 bilhões de reais em obras, programas sociais e, principalmente, em propaganda até o final de 2026. O que está em jogo? A tentativa de melhorar a popularidade do governo, mas a estratégia, por mais grandiosa que seja, pode sair mais cara do que o esperado.
Bilhões em Obras e Programas Sociais
A reportagem de Poder360, publicada no final de fevereiro, revelou que o governo Lula planeja gastar cerca de 30,7 bilhões de reais em uma série de ações até o final do mandato. Entre os principais programas estão o Pé-de-Meia, o Mais Professores, o Farmácia Popular, o Gás para Todos e a política de liberação do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).
O programa Pé-de-Meia, uma das iniciativas de maior custo, deverá consumir 13 bilhões de reais em 2025. Porém, a oposição tem questionado esse valor, apontando que a fatura poderia estar mais próxima dos 15 bilhões de reais, um aumento considerável que pode gerar polêmica no futuro.
Propaganda: A Tática de Divulgação
Além dos investimentos em programas sociais, o governo Lula destina uma fatia significativa do orçamento para a divulgação de suas iniciativas. De acordo com a Folha de S. Paulo, incluindo estatais e autarquias, o valor destinado a propaganda pode atingir 3,5 bilhões de reais. Afinal, não basta apenas realizar obras e lançar programas, é necessário que eles sejam devidamente comunicados à população, para criar a sensação de que o Brasil se transformou, da noite para o dia, em uma nação de primeiro mundo.
O Grande Dilema: Popularidade em Queda
Apesar de todo esse investimento bilionário, o maior desafio do governo Lula está em um dado preocupante: sua popularidade está em queda. As últimas pesquisas de opinião, realizadas por institutos como Quaest, AtlasIntel e Ipec, apontaram uma redução significativa na avaliação do presidente. A pesquisa mais recente do Ipec, por exemplo, mostrou uma queda de cinco pontos percentuais no número de brasileiros que consideram o governo Lula bom ou ótimo em apenas três meses.
Essa queda na popularidade tem gerado preocupações dentro do PT, que vê o crescente desinteresse da população pelas tradicionais promessas de governo, como o Bolsa Família (atualmente substituído pelo Pé-de-Meia), como um sinal de mudança cultural no Brasil.
O Novo Perfil do Eleitor Brasileiro
O brasileiro de 2020, refletindo as mudanças econômicas e sociais, tem demonstrado um perfil mais liberal em relação à economia. Em outras palavras, o eleitor não defende mais com a mesma intensidade as bandeiras históricas do PT, como a CLT ou os programas sociais massivos. A crescente adoção de ideias mais conservadoras e de um discurso de maior responsabilidade fiscal desafia o PT, que ainda não conseguiu se ajustar a essa nova realidade política.
O PT parece estar perdido em relação a esse novo eleitor. Não bastam mais os discursos de redistribuição de renda ou promessas de benefícios sociais para conquistar a confiança da população. Um simples “museu de grandes novidades”, como o atual governo tenta apresentar suas ações, pode não ser suficiente para reconquistar a aprovação dos brasileiros.
A Falta de um Plano Concreto
Além disso, o partido e o presidente Lula não parecem ter um plano concreto para recuperar a popularidade entre o eleitorado mais liberal. O Brasil está em um momento de transformação econômica e social, e a estratégia do governo, apesar dos bilhões investidos, pode não ser suficiente para inverter a percepção negativa que cresce a cada dia.
O Futuro do PT: Sem Garantias de Sucesso
Em resumo, o PT parece estar em uma encruzilhada. Apesar de um investimento bilionário, os dados indicam que o governo Lula está longe de recuperar a popularidade perdida. Não há dinheiro que consiga mudar a realidade política e cultural do país. O projeto de reeleição de Lula, por mais caro que seja, ainda não tem garantias de sucesso nas urnas.
A única certeza que se pode ter é que o cenário atual é desafiador e que, até 2026, muitas águas ainda vão rolar. Mas o governo do PT precisa urgentemente encontrar uma maneira de se reconectar com um eleitorado que, ao que tudo indica, já não responde mais como antes.