Pós-Lula: Disputa pela sucessão expõe pacto de silêncio na esquerda

A sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está sendo tratada com grande cautela dentro da esquerda, mas, nos bastidores, a disputa pelo posto já está em pleno curso. Embora Lula evite comentar publicamente sobre uma possível candidatura à reeleição em 2026, diversas lideranças políticas estão se articulando para assumir a cabeça da chapa petista, enquanto aliados seguem um pacto de silêncio para evitar divisões prematuras.

Disputa pelos Nomes de Sucessão

Entre os nomes cotados para a sucessão de Lula, destacam-se o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, o ministro da Justiça, Flávio Dino, e o governador do Maranhão, Carlos Brandão. Contudo, nenhum desses potenciais sucessores tem a popularidade e o apelo eleitoral de Lula, o que torna a transição mais desafiadora.

Haddad, que já foi derrotado por Jair Bolsonaro na eleição presidencial de 2018, tenta consolidar sua imagem como uma figura moderada e técnica, buscando apoio entre o mercado financeiro. Por outro lado, Gleisi Hoffmann se mantém fiel à linha mais ideológica do partido, estreitando laços com os setores mais à esquerda. Flávio Dino, por sua vez, tem se mostrado um dos principais articuladores do governo e está ampliando sua presença na mídia, ganhando destaque nacional.

Lula e a Possibilidade de Um Novo Mandato

Embora Lula não tenha descartado totalmente a possibilidade de concorrer novamente em 2026, ele enfrenta desafios significativos, como a idade avançada e as crises econômicas e políticas que podem impactar sua gestão. Além disso, pesquisas internas indicam que sua popularidade pode não ser suficiente para garantir uma vitória tranquila, especialmente com o fortalecimento da oposição.

Diante disso, alguns aliados de Lula acreditam que ele pode seguir a estratégia de escolher um sucessor de confiança, como fez em 2010, quando indicou Dilma Rousseff para a presidência. No entanto, até o momento, ainda não surgiu um nome que tenha consolidado esse papel dentro da base governista.

O Pacto de Silêncio e o Jogo de Bastidores

Nos corredores de Brasília, líderes de partidos aliados evitam discutir publicamente sobre a sucessão, temendo que uma disputa aberta enfraqueça o governo e antecipe divisões internas. Enquanto isso, partidos como o PT, PSB e PCdoB trabalham nos bastidores para fortalecer seus principais nomes e garantir visibilidade nas eleições de 2026.

A estratégia da esquerda é adotar um discurso de unidade e esperar que Lula tome uma decisão clara sobre seu futuro político. Até que isso aconteça, a disputa pela sucessão continuará sendo travada nos bastidores, longe do olhar do eleitorado. Isso mantém a incógnita sobre quem será o candidato da esquerda em 2026, com os bastidores da política cada vez mais agitados.

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Bruno Rigacci

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