Defesa de Bolsonaro pede para anular depoimento de Mauro Cid
Na noite desta quinta-feira (6), a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) sua resposta à denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que o acusa de envolvimento em um suposto plano de golpe de Estado. O advogado de Bolsonaro, Carlos Vilardi, fez uma série de pedidos no documento.
O principal pedido da defesa é que a delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, seja anulada. Cid, que já afirmou ter sido pressionado a concordar com a narrativa da Polícia Federal para não perder o acordo de delação premiada, tem sido uma figura central no processo, e a defesa considera que a delação foi obtida sob coerção.
Além disso, os advogados de Bolsonaro solicitam que o caso seja julgado pelo plenário do STF, e não pela Primeira Turma da Corte, que é composta por apenas cinco ministros. O pedido é motivado pela expectativa de que o julgamento pelo plenário, composto pelos 11 ministros do STF, seria mais equilibrado. A Primeira Turma, que inclui o ministro Alexandre de Moraes (relator do caso), além de Flávio Dino e Cristiano Zanin, poderia ter um julgamento tendencioso, na visão da defesa.
Outro ponto importante é que a defesa requisitou que 11 pessoas sejam ouvidas como testemunhas no processo. Entre elas estão figuras políticas de destaque, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o ex-vice-presidente e atual senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), e o ex-ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI). Esses depoimentos são solicitados para reforçar a versão de Bolsonaro e para contestar as acusações feitas pela PGR.
A resposta da defesa segue o ritmo do processo em que Bolsonaro busca desqualificar a acusação, alegando falta de método, lógica e organização na denúncia da PGR. A expectativa é de que o STF continue avaliando os detalhes do caso, que envolve questões complexas sobre o governo Bolsonaro e os eventos de 8 de janeiro de 2023.
