Aliados avaliam deixar governo Lula em meio a queda de popularidade
A popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) continua a despencar, e, com isso, cresce o desconforto entre os partidos aliados. Desde janeiro, cinco pesquisas nacionais apontam uma queda vertiginosa na aprovação do governo, o que tem levado líderes de siglas que apoiam o governo a discutir a possibilidade de romper com o Planalto. Diante da crescente reprovação e das dificuldades na gestão petista, os aliados cogitam até a devolução de ministérios e o afastamento do governo.
Um dos principais partidos da base, o PP (Progressistas), já discute internamente o desembarque. O presidente da sigla, senador Ciro Nogueira (PI), confirmou que o partido está considerando entregar o comando do Ministério do Esporte, atualmente ocupado por André Fufuca. A decisão do PP, uma das maiores forças políticas no Congresso, seria um forte sinal de insatisfação com o governo.
Descontentamento entre Aliados
O ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), expressou o descontentamento dentro da base aliada ao descrever o governo Lula como uma “canoa furada”. Essa metáfora reflete a sensação de que o governo perdeu rumo, afetando a relação com os aliados e gerando insegurança sobre o futuro.
Outros partidos também estão avaliando a possibilidade de romper com o governo, como o PSD, Republicanos e União Brasil. A crescente rejeição ao governo Lula preocupa essas siglas, que temem que o desgaste do governo impacte negativamente suas campanhas nas eleições de 2026.
Possível Candidatura do PSD e Mudanças nas Relações Políticas
Dentro do PSD, há discussões sobre a possibilidade de lançar uma candidatura própria para a presidência nas próximas eleições. O nome do governador Ratinho Jr (PR) já surge como uma alternativa viável, representando um distanciamento da atual gestão petista. Nos demais partidos aliados, como o Republicanos e o União Brasil, o apoio ao governo em 2026 é considerado improvável, dado o cenário de queda na popularidade de Lula.
Além disso, a relação do Planalto com seus aliados tem se deteriorado há meses. O ministro do Esporte, André Fufuca, indicado pelo Centrão, tem se sentido praticamente ignorado pelo governo. A insatisfação se intensificou com a indefinição sobre a articulação política, sendo que aliados esperavam a nomeação de um novo ministro de Relações Institucionais para melhorar o diálogo com o Congresso. No entanto, o nome mais cogitado para a pasta, o da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, tem sido visto como uma opção difícil por parlamentares da base, devido à sua postura considerada inflexível.
Caminho para o Rompimento?
A insatisfação crescente e a falta de uma solução eficaz para a crise de governabilidade podem levar a uma ruptura ainda maior entre o Planalto e seus aliados. O cenário de desgaste político e a indefinição sobre o rumo do governo dificultam a construção de uma base sólida no Congresso, o que poderá enfraquecer ainda mais o governo Lula.
Nos próximos meses, as siglas que compõem a base aliada terão de tomar decisões cruciais, com o foco já voltado para as eleições presidenciais de 2026. Caso o governo Lula não consiga reverter a queda de popularidade e restaurar o diálogo com os aliados, o rompimento de partidos pode ser uma realidade cada vez mais próxima.