Moraes, Dino e Zanin vão julgar Jair Bolsonaro, decide Barroso

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, rejeitou nesta sexta-feira (28) os pedidos da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para impedir a participação de três ministros no julgamento que envolve o líder da direita brasileira. Os pedidos visavam afastar o ministro Alexandre de Moraes, o advogado Cristiano Zanin e o ex-ministro da Justiça Flávio Dino do julgamento na Primeira Turma da Suprema Corte, no qual Bolsonaro é acusado de tentativa de golpe de Estado.

Barroso também indeferiu petições semelhantes feitas pelos advogados do ex-ministro Walter Braga Netto e do general da reserva Mario Fernandes, que buscavam a suspeição de Moraes e o impedimento de Flávio Dino, respectivamente. As solicitações ocorreram no contexto de uma denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), que investiga a atuação de Bolsonaro e outros aliados em ações que teriam como objetivo subverter o processo democrático.

Flávio Dino e suas Declarações sobre Bolsonaro

Em meio ao processo, o ministro Flávio Dino tem sido alvo de controvérsias devido a suas duras críticas a Jair Bolsonaro. Dino já declarou em diversas ocasiões, como em 2022 e 2023, que Bolsonaro é o “representante do diabo” e afirmou que ele se alinha com o mal, associando-o à figura do demônio em termos simbólicos. Essas declarações geraram fortes reações, especialmente de apoiadores de Bolsonaro, que questionaram a imparcialidade do ex-governador do Maranhão em relação ao ex-presidente.

Rejeição dos Pedidos pelo STF

Apesar dessas declarações inflamadas, o STF considerou que os pedidos de impedimento de Moraes, Zanin e Dino não eram suficientes para afastá-los do julgamento. O ministro Barroso argumentou que não havia elementos concretos que demonstrassem parcialidade dos ministros citados. A decisão mantém o andamento do julgamento, no qual Bolsonaro e seus aliados enfrentam acusações graves, com a Procuradoria-Geral da República avaliando que houve tentativas de manipular o processo eleitoral e de desacreditar as instituições democráticas.

Repercussões Políticas

A decisão de Barroso gerou reações intensas no campo político. O ex-procurador Deltan Dallagnol, em sua coluna na Gazeta do Povo, sugeriu que o ministro Flávio Dino, dado seu histórico de críticas a Bolsonaro, pode agir com severidade no julgamento. Dallagnol destacou as declarações de Dino, que associaram Bolsonaro ao mal, como indicativo de uma postura já inclinada contra o ex-presidente, o que poderia afetar a imparcialidade do processo.

Essa decisão reforça a tensão entre o STF e as figuras políticas alinhadas à direita brasileira, ampliando a polarização em torno das investigações e julgamentos que envolvem figuras centrais do governo anterior.

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Bruno Rigacci

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