Rio busca apoio dos EUA para combater o Comando Vermelho

A Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro está em processo de negociação com o governo dos Estados Unidos para o reconhecimento do Comando Vermelho (CV) como uma organização criminosa transnacional. A proposta inclui o envio de relatórios de inteligência e um possível acordo de cooperação técnica entre os dois países para combater o tráfico de drogas e a entrada ilegal de armas no Brasil.

O esforço foi destacado em um documento obtido pelo G1, datado de agosto de 2024, no qual a Polícia Militar sugeriu à Secretaria a necessidade de intensificar ações contra a facção, destacando sua atuação internacional. A Polícia Militar do Rio de Janeiro tem observado o avanço das rotas de tráfico de cocaína controladas pelo CV, especialmente no norte do país, enquanto o interesse das autoridades cariocas é focado no tráfico de armas, grande parte delas de origem americana.

Desafios no Combate ao Tráfico de Drogas e Armas

O secretário de Segurança Pública, Victor Santos, explicou que a principal preocupação das autoridades do Rio de Janeiro é o domínio das rotas de tráfico de cocaína pelo Comando Vermelho. Por outro lado, as forças de segurança fluminenses também têm se concentrado no combate à entrada de armas, sendo que muitos dos armamentos apreendidos no estado têm origem nos Estados Unidos. “A preocupação são as rotas de cocaína, que o CV vem tentando dominar, no norte do país. Já o nosso interesse são as armas que entram no RJ, já que a maioria é americana”, afirmou Santos.

Apreensões de Armas e Colaboração Internacional

A colaboração entre as autoridades do Rio de Janeiro e o governo dos Estados Unidos é vista como uma tentativa de fortalecer o combate ao crime organizado e à violência no estado. Em 2023, a Polícia Militar do Rio de Janeiro apreendeu, em média, um fuzil de origem americana a cada dois dias, evidenciando a crescente presença de armas de fogo nas mãos de facções criminosas. Esse cenário tem impulsionado as negociações com o Serviço de Segurança Diplomática dos EUA, que já realizou várias reuniões com a Secretaria de Segurança do Rio.

A medida também reflete a necessidade de estreitar os laços internacionais para combater eficazmente o crime organizado, que transcende as fronteiras nacionais e envolve tanto o tráfico de drogas quanto o comércio ilegal de armamentos.

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Bruno Rigacci

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