Bolsonaro se reúne com senadores da oposição
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se reunirá nesta terça-feira (18) com senadores da oposição em um almoço onde o tema central será o projeto de anistia para os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro, cuja articulação tem sido uma das bandeiras do ex-mandatário. A PEC da Anistia, como é conhecida a proposta, visa conceder perdão aos participantes dos atentados que tentaram atacar as instituições democráticas, gerando intensa controvérsia no Congresso Nacional.
Enquanto Bolsonaro busca apoio para essa medida, o ex-presidente se vê no centro de uma investigação mais ampla. A Procuradoria-Geral da República (PGR) deve apresentar, ainda nesta semana, uma denúncia formal contra ele, apontando uma possível tentativa de golpe após a derrota nas eleições de 2022 e alegações de que Bolsonaro teria tentado impedir a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por meio de uma série de ações ilegais.
A denúncia se baseia, em grande parte, no relatório da Polícia Federal, que aponta para a elaboração de uma “minuta do golpe” e tentativas de deslegitimar o processo eleitoral, com ataques às urnas eletrônicas e pressões sobre as Forças Armadas para validar teorias sem qualquer embasamento técnico. Além disso, a investigação aponta que aliados de Bolsonaro também estariam envolvidos em articulações para permanecer no poder.
Manifestação “Fora Lula 2026” e articulação para 16 de março
Paralelamente à movimentação política, Bolsonaro continua a mobilizar seus apoiadores para a manifestação contra o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, marcada para 16 de março. O ato, intitulado “Fora Lula 2026”, promete ganhar força em várias cidades, com o ex-presidente confirmando presença no evento principal, que ocorrerá no Rio de Janeiro. A manifestação é parte do esforço de Bolsonaro e seus aliados para contestar o atual governo, mesmo após sua derrota eleitoral.
A PEC da Anistia e o cenário no Congresso
A PEC da Anistia, que tem como objetivo principal isentar os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de punições, enfrenta grande resistência, especialmente dentro do Congresso Nacional. Enquanto a oposição se articula para conseguir os votos necessários para sua aprovação, o governo de Lula resiste à medida, considerando-a uma ameaça à democracia e à estabilidade das instituições. No Senado, a proposta não é uma prioridade, e na Câmara dos Deputados, ainda falta consenso entre os parlamentares sobre o texto.
Embora a medida tenha apoio de uma parcela da oposição, que acredita na necessidade de promover um perdão para a pacificação política, muitos parlamentares se mostram céticos quanto à viabilidade da PEC e sua eventual aprovação, considerando-a um retrocesso às instituições democráticas e um possível estímulo a futuras ações violentas.
À medida que o cenário político continua a se desenrolar, a tensão em torno de Bolsonaro, da PEC da Anistia e das investigações da PGR tende a se intensificar, com reflexos significativos para o equilíbrio de forças no Congresso e a relação entre os Poderes.