Aço: governo Lula vê ponto positivo, mas crê que Trump negocia acordo

Integrantes da equipe econômica do governo Lula veem ao menos um ponto positivo na recente decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de impor uma tarifa de 25% sobre as importações de aço e alumínio de diversos países, incluindo o Brasil. Embora a medida tenha gerado preocupações em alguns setores, dois ministros da área econômica brasileira avaliam que ela pode ter um efeito benéfico na inflação interna.

Alívio na Inflação Brasileira

Na visão dos ministros, a decisão de Trump pode aliviar a pressão sobre a inflação no Brasil. Isso porque, com a imposição das sobretaxas, a quantidade de aço exportado para os Estados Unidos será reduzida. Como consequência, a oferta interna do metal deverá aumentar, o que pode resultar na queda de preços no mercado brasileiro.

“Menos exportações para os EUA significam mais aço disponível no Brasil, o que pode ajudar a reduzir o preço do aço no mercado interno”, explicam os membros da equipe econômica de Lula. Para o Brasil, que é um dos maiores exportadores de aço para os Estados Unidos, a medida pode resultar em um aumento da oferta do produto dentro do país.

Expectativa de Negociação

Apesar do impacto imediato, a avaliação é de que Trump provavelmente buscará negociar um acordo com o Brasil, tal como fez em 2018, quando estabeleceu uma cota para exportação de aço brasileiro sem a aplicação de tarifas. A equipe econômica de Lula aposta que, ao longo do tempo, uma nova negociação pode ser firmada, suavizando os efeitos da medida e até mesmo revertendo a sobretaxa, como ocorreu no passado.

Impactos Imediatos e Reação do Governo Brasileiro

A decisão de Trump de taxar as importações de aço e alumínio entra em vigor no dia 12 de março. Essa medida afeta diversos países, mas, especialmente, atinge mercados como o brasileiro, o canadense e o mexicano, que são grandes exportadores desses metais para os EUA. No primeiro mandato de Trump, a imposição de tarifas sobre esses produtos gerou demissões em empresas do setor no Brasil, mas essas medidas foram revertidas após o republicano recuar e cancelar as sobretaxas.

Por enquanto, no Palácio do Planalto, no Itamaraty e nas demais áreas do governo, a orientação é aguardar a análise detalhada da nova decisão de Trump antes de tomar qualquer medida adicional. A expectativa é de que o governo brasileiro possa formular uma resposta estratégica, levando em consideração tanto os impactos internos quanto as oportunidades de negociação com os Estados Unidos.

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Bruno Rigacci

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