Estadão volta a criticar Lula: “À falta de governança, resta o gogó”
O jornal O Estado de S. Paulo voltou a criticar a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, desta vez em um artigo de opinião publicado nesta segunda-feira (10). O texto, intitulado “À falta de governança, resta o ‘gogó’”, aponta a queda de popularidade do presidente e o descreve como alguém que, diante das dificuldades de seu terceiro mandato, optou por se lançar em uma “turnê Brasil afora”. A principal acusação é que Lula, mais uma vez, se afastou das funções de chefe de Estado e de governo, assumindo a postura de um eterno candidato, focado em sua imagem e na disputa eleitoral de 2026.
A publicação destaca que, pressionado pelo desgaste de sua imagem e pela falta de um programa claro e eficaz, Lula iniciou uma série de viagens pelo país. Seu objetivo, segundo o próprio presidente, é “disputar no gogó” com a oposição, usando sua oratória para ampliar o campo de batalha discursiva além das redes sociais, que, conforme o artigo, são dominadas pela direita.
Uma das aparições recentes de Lula foi na reabertura da emergência do Hospital Federal de Bonsucesso, no Rio de Janeiro, na última quinta-feira (6), ao lado do prefeito Eduardo Paes (PSD). A visita ao hospital, no entanto, foi citada como um exemplo de sua estratégia de marketing político, em vez de uma ação genuína de governança.
A crítica do Estadão se aprofunda ao questionar o foco do presidente em sua imagem pessoal, mesmo quando o país enfrenta sérios problemas econômicos e sociais. “Por ora, é vistoso o ânimo do petista para subir no palanque”, escreve o jornal, ressaltando que, embora não haja pedido explícito de votos, as viagens de Lula e de outros membros do governo, como a primeira-dama Janja e o vice-presidente Geraldo Alckmin, são vistas como uma antecipação da campanha eleitoral de 2026. Segundo o Estadão, esta estratégia foi idealizada por Sidônio Palmeira, ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), e responsável pela campanha de 2022.
O artigo também destaca a insatisfação de Lula com a falta de uma marca clara em seu governo, comparando sua atual gestão com os mandatos anteriores, nos quais ele teve mais êxito em promover iniciativas que ficaram registradas na memória do público. A crítica é clara: a falta de uma agenda sólida e identificada com as necessidades do país é substituída por uma estratégia de propaganda que visa apenas preparar o terreno para a reeleição, sem preocupação real com os problemas cotidianos dos brasileiros.
Ao concluir, o Estadão afirma que Lula está mais interessado em políticas de imagem do que em uma governança responsável, capaz de enfrentar os desafios atuais do Brasil. O jornal alerta para o fato de que o eleitorado poderá se cansar de uma retórica vazia, sem resultados concretos para a população, especialmente se os problemas do país continuarem a ser ignorados.
“O futuro de Lula até 2026 é incerto, mas uma coisa é certa: o eleitorado não tolerará promessas vazias e uma gestão focada mais em imagem do que em ações concretas para melhorar a vida dos brasileiros”, conclui o artigo.