Lula mente ao afirmar que preço da carne caiu 30% em 2023
Durante uma entrevista a rádios de Belo Horizonte na última quarta-feira (5), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o preço da carne teve uma queda de 30% em 2023. No entanto, a realidade dos dados não corrobora essa declaração. Levantamentos da LCA Consultores, com base no IBGE, indicam que o preço da carne bovina, por exemplo, teve uma redução de 11,9%, bem abaixo dos 30% mencionados por Lula.
A variação no preço da carne foi mais modesta, com o frango registrando uma queda de 9,2% no ano passado. O recuo nos preços da carne bovina foi impulsionado pela maior oferta no mercado interno, mas ainda assim ficou longe da cifra indicada pelo presidente. Esse tipo de distorção de dados, no entanto, não é novidade, visto que Lula tem sido criticado por exagerar ou inflar números em declarações passadas. Em 2003, por exemplo, ele afirmou, em um evento em Paris, que o Brasil tinha “30 milhões de menores abandonados nas ruas”, sendo corrigido pelo ex-prefeito de Curitiba, Jaime Lerner.
A afirmação de Lula sobre a queda de 30% no preço da carne também ganha um contexto político, considerando a forte influência de empresários como Joesley e Wesley Batista, da JBS, no setor de carne bovina. A JBS, gigante do setor, tem relações próximas com o governo petista e já foi envolvida em escândalos de corrupção, o que traz mais complexidade ao cenário.
Apesar da queda real nos preços da carne, o impacto no bolso dos consumidores ainda é significativo, já que o custo dos alimentos permanece elevado, refletindo a persistente pressão inflacionária no país. Assim, as declarações de Lula sobre a redução nos preços não são suficientes para minimizar o impacto financeiro enfrentado por muitos brasileiros, que ainda lidam com o alto custo de vida.