Defesa de Bolsonaro critica vazamento de delação de Cid e chama investigação de ‘semissecreta’
A defesa de Jair Bolsonaro tem se mostrado indignada com o vazamento da íntegra da primeira parte da delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, e criticou duramente o que classificaram como uma investigação “semissecreta”. Eles argumentam que esse vazamento compromete o direito de ampla defesa e impede o acesso completo dos advogados às informações, violando o princípio do Estado democrático de direito. A denúncia gira em torno do depoimento de Cid à Polícia Federal, que foi obtido por um jornalista e divulgado publicamente, apesar de o conteúdo ainda estar sob sigilo para as defesas envolvidas.
No depoimento, Cid apontou várias figuras ligadas ao ex-presidente como supostos envolvidos na tentativa de desestabilizar o resultado da eleição de 2022, incluindo Jorge Seif, Michelle Bolsonaro e o deputado Eduardo Bolsonaro, e outros aliados do ex-presidente, como o general Walter Braga Netto e o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira. No entanto, a defesa de Seif e outros citados têm se manifestado, desmentindo as acusações e questionando a veracidade do depoimento, que consideram como uma “opinião” ou até mesmo uma “operação de destruição de reputação”.
A repercussão do caso tem gerado tensões, com críticas de que a divulgação seletiva da delação prejudica as defesas dos envolvidos, enquanto outros nomes continuam sendo investigados pelas autoridades, com indiciamentos por crimes como organização criminosa e tentativa de golpe de Estado. A ação legal de Cid, que começou a ser tomada em 2023, segue como um marco importante nas investigações sobre o evento de 2022.