Para Zelensky, Lula não é relevante em negociações

Em uma declaração no Fórum Econômico Mundial em Davos, nesta quarta-feira (22), o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky afirmou que o Brasil, sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não desempenhará mais um papel significativo nas negociações de paz entre a Ucrânia e a Rússia. Zelensky se referiu a isso como o “trem do Brasil já passou”, sugerindo que o país não é mais considerado um “player” relevante no cenário de mediação de conflitos, tanto por parte da Ucrânia quanto pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

Zelensky foi questionado pela jornalista Bianca Rothier, da TV Globo, sobre o papel do Brasil nas conversações para encerrar a guerra entre a Ucrânia e a Rússia, e ele respondeu com um tom crítico. “Falei com Lula, nos encontramos e pedi que ele fosse um parceiro para acabar com a guerra, etc. Agora ele não é mais um ‘player’. Ele também não será um ‘player’ para Trump”, disse Zelensky, referindo-se ao encontro que teve com o presidente brasileiro.

A postura de Zelensky reflete um afastamento das expectativas iniciais em relação ao papel do Brasil na mediação do conflito. Durante a campanha eleitoral, Lula havia se colocado como um defensor do diálogo e da diplomacia internacional, inclusive sugerindo que o Brasil poderia contribuir para resolver a crise entre a Ucrânia e a Rússia. No entanto, a posição do governo Lula sobre o conflito tem gerado críticas e divergências no cenário internacional, especialmente em relação ao apoio dado a Ucrânia e à visão mais equilibrada que o Brasil tem buscado manter nas negociações.

Impacto das Declarações

O comentário de Zelensky ocorre em um momento delicado da guerra, em que a comunidade internacional ainda busca maneiras de pressionar pela paz. A rejeição de Zelensky ao envolvimento do Brasil como mediador sinaliza uma frustração com a postura do governo Lula, que, de acordo com críticos, não tem adotado uma posição suficientemente clara em relação ao apoio à Ucrânia.

Ao afirmar que o Brasil não será mais um “player”, Zelensky também deixa claro que a Ucrânia, assim como outros líderes globais, espera ações mais decisivas e alinhadas com a frente ocidental, que apoia a resistência ucraniana contra a invasão russa. As declarações levantam a questão sobre como o Brasil, tradicionalmente um mediador em conflitos internacionais, irá se posicionar nas próximas etapas da diplomacia global em torno da guerra na Ucrânia.

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Bruno Rigacci

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