Kicis ajuíza ação para remover post do BC contra Nikolas

Nesta terça-feira (21), a deputada federal Bia Kicis (PL-DF) anunciou que ajuizou uma ação para remover uma publicação do Banco Central (BC) que, segundo ela, seria uma crítica direcionada ao deputado Nikolas Ferreira (PL-MG). A parlamentar acusou a instituição de violar princípios da impessoalidade e da moralidade administrativa, afirmando que o Banco Central, como uma instituição de Estado, não deveria se envolver em questões políticas partidárias.

“Ajuizei uma ação para remover a publicação política do Banco Central contra o deputado Nikolas Ferreira. O Banco Central é uma instituição de Estado e não deve fazer política partidária! Essa postura não só é desrespeitosa com o Parlamento, por atacar um deputado federal eleito, mas é também um escândalo para o Brasil, manchando sua imagem mundo afora”, afirmou Kicis em suas redes sociais.

A origem da polêmica remonta à última quarta-feira (15), quando o Banco Central publicou um post em suas redes sociais que, embora não tenha citado nomes, foi interpretado como uma indireta para Nikolas Ferreira. O post fazia referência a uma figura chamada “vacilão da fake” e foi considerado como de cunho político, dado o contexto em que foi publicado. O Banco Central havia divulgado um vídeo explicando que não haveria alterações nas regras do Pix, após o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desistir de monitorar transações acima de R$ 5 mil. Logo após, a publicação trouxe uma mensagem com o tom informal: “hora de ouvir umas verdades que o vacilão da fake não quer te contar, bebê.”

Bia Kicis, em sua postagem, também criticou a linguagem utilizada pelo Banco Central, mencionando que a instituição fez referência ao deputado federal de forma pejorativa, chamando-o de “vacilão da fake”.

Kicis também agradeceu ao advogado Paulo Liporaci, que elaborou e subscreveu a ação judicial, e expressou esperança de que o Poder Judiciário reconheça a ilegalidade da publicação e restabeleça a independência do Banco Central. “Esperamos que o Poder Judiciário cumpra sua missão constitucional, reconheça a ilegalidade da publicação ofensiva do Banco Central do Brasil e restabeleça o caráter independente e autônomo dessa importante instituição do Estado”, disse a deputada.

Banco Central e Resposta Oficial

Em resposta à polêmica, a assessoria de comunicação do Banco Central afirmou ao portal Metrópoles que a postagem não tinha como objetivo atingir nenhuma pessoa específica e que a linguagem utilizada na publicação faz parte de uma estratégia mais informal e descontraída do chamado “BC Sincero”. A assessoria destacou ainda que esse estilo de comunicação busca se aproximar do público nas redes sociais e não envolvia ataques políticos.

A postagem controversa veio após a divulgação de um vídeo de Nikolas Ferreira, em que o deputado questionava o governo sobre a fiscalização do Pix. O vídeo se tornou viral, alcançando um número recorde de visualizações e curtidas. Em resposta à repercussão, o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, anunciou que o governo federal havia decidido suspender, por ora, a medida de monitoramento das transações superiores a R$ 5 mil.

A ação judicial de Bia Kicis coloca em evidência o crescente debate sobre a imparcialidade de instituições públicas em relação a manifestações políticas e o uso das redes sociais como ferramenta de comunicação e expressão. O desfecho do processo poderá ter repercussões sobre os limites entre as funções institucionais e as críticas políticas nas plataformas digitais.

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Bruno Rigacci

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