Boulos acionará a Justiça contra vídeo de Nikolas sobre Pix
O deputado federal Guilherme Boulos (PSol-SP) anunciou, nesta quarta-feira (15/1), que irá acionar a Justiça contra o também deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) após o político mineiro divulgar um vídeo em suas redes sociais insinuando que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) planeja taxar o sistema de pagamentos Pix.
No vídeo, que já superou as 100 mil visualizações no Instagram, Nikolas Ferreira afirma: “O governo Lula vai monitorar seus gastos. E, não, o Pix não será taxado, mas é sempre bom lembrar… A comprinha da China não seria taxada, mas foi. Não ia ter sigilo, mas teve. Você ia ser isento do imposto de renda, não vai. O Pix não será taxado, mas não duvido que possa sim. Quem mais será afetado por esta medida serão os trabalhadores, que serão monitorados como se fossem grandes sonegadores”.
Apesar das declarações de Ferreira, a verdade é que a Receita Federal apenas ampliou a fiscalização sobre transações do Pix superiores a R$ 5 mil por mês, medida que já se aplica a bancos tradicionais, como o Banco do Brasil e o Itaú, e foi estendida às instituições de pagamento, como Nubank e Banco Inter. O objetivo da medida é identificar operações atípicas que possam indicar sonegação de impostos ou lavagem de dinheiro, e não uma taxação do sistema.
Em resposta à disseminação de informações falsas, Boulos usou sua conta no X (antigo Twitter) para informar que tomaria providências legais. “Estou entrando hoje [15/1] com ação judicial contra Nikolas Ferreira pelas fake news que espalhou sobre o Pix. Como todo bolsonarista, é um covarde. Fugiu do debate. Vamos ver se agora vai fugir do Oficial de Justiça”, escreveu o deputado do PSol.
A polêmica também gerou uma reação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que, em declarações recentes, afirmou que o governo está considerando tomar medidas criminais contra aqueles que divulgaram informações falsas sobre a nova fiscalização do Pix, além de aplicar sanções contra aqueles que usaram o momento para aplicar golpes.
Boulos e Haddad reforçam que a ampliação da fiscalização não significa que o governo pretende taxar o Pix, mas sim combater práticas ilegais, como a sonegação fiscal. O caso continua a gerar repercussão, especialmente nas redes sociais, onde o debate sobre o Pix e a fiscalização fiscal segue polarizado.