Editorial da Folha: Descontrole da Inflação em 2024 É Culpa do Governo Lula

Em editorial publicado neste sábado, 11 de janeiro de 2025, o jornal Folha de S.Paulo criticou duramente o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela escalada da inflação em 2024, apontando que a falta de prudência fiscal tem sido um fator crucial para o descontrole dos preços e seus efeitos nocivos na economia. O texto atribui a responsabilidade diretamente ao governo petista, que, segundo a análise do jornal, não adotou as medidas adequadas para conter o aumento da inflação, com reflexos potencialmente graves sobre a atividade econômica e o mercado de trabalho.

Inflação em Ascensão e Descontrole dos Preços

Embora o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) tenha registrado uma inflação de 4,83% em 2024 — um aumento leve em comparação aos 4,62% de 2023 —, o editorial da Folha destaca que o verdadeiro problema está na pressão inflacionária generalizada, especialmente no setor de serviços. O jornal afirma que os serviços possuem uma “característica mais estrutural e de difícil combate”, o que requer um aperto fiscal para conter a demanda e esfriar a economia.

A análise aponta ainda que a escalada de preços não é apenas uma questão de números, mas um reflexo de uma gestão fiscal desajustada que poderia ter evitado esse cenário, segundo os especialistas do periódico.

Carta do Presidente do Banco Central e Fatores que Agravaram a Inflação

Em uma carta aberta ao ministro da Fazenda, Gabriel Galípolo, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, detalhou os fatores que contribuíram para o estouro da inflação. O texto da Folha enfatiza quatro fatores principais:

  1. Inflação Importada: A desvalorização do real frente ao dólar foi um dos principais contribuintes para o aumento de preços, especialmente no setor de importados.
  2. Aumento das Expectativas de Preços: O crescimento das expectativas inflacionárias afetou a credibilidade da política econômica, gerando uma pressão adicional.
  3. Inércia Inflacionária: Pressões acumuladas de 2023 continuaram a influenciar a inflação em 2024, mesmo com as tentativas do Banco Central de controlar os preços.
  4. Força da Atividade Econômica: A atividade econômica em alta, acima da capacidade produtiva do Brasil, também contribuiu para a pressão inflacionária.

O Peso do Dólar e o Alívio no Petróleo

O editorial também observa que a alta do dólar foi responsável por grande parte da pressão inflacionária, com o valor da moeda americana subindo 24,5% entre dezembro de 2023 e dezembro de 2024, o que representou 1,21 ponto percentual no desvio da inflação. No entanto, a Folha reconhece que o alívio gerado pela queda nos preços do petróleo no mercado internacional impediu que a situação fosse ainda mais grave.

A “Irresponsabilidade Fiscal” e seus Efeitos

O jornal critica diretamente o governo Lula por sua postura fiscal, qualificando-a como “irresponsável” ao persistir em uma política de expansão contínua e insustentável dos gastos públicos. A Folha sugere que, enquanto fatores externos ajudaram a valorizar o dólar, as decisões internas do governo brasileiro amplificaram ainda mais os problemas fiscais e inflacionários.

Impactos na Economia Real e o Mercado de Trabalho

Ao final do editorial, a Folha manifesta preocupação com os impactos da inflação sobre a economia real, ressaltando que a alta de preços, combinada com as fragilidades fiscais, pode gerar um efeito negativo significativo na atividade econômica e no mercado de trabalho. O jornal acredita que, se o governo tivesse adotado uma postura mais prudente, muitos desses efeitos poderiam ter sido evitados.

A crítica final é clara: “Parece inevitável um impacto danoso na atividade e no emprego, o que seria desnecessário se houvesse maior prudência por parte da administração petista.” O editorial conclui, reforçando a ideia de que a falta de responsabilidade fiscal do governo contribui diretamente para o descontrole da inflação e para o agravamento da crise econômica no Brasil.

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Bruno Rigacci

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