Amedrontado, Maduro fecha a fronteira com o Brasil e Lula fica em completo silêncio (veja o vídeo)
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou, na noite desta sexta-feira (10), que a fronteira da Venezuela com o Brasil foi fechada temporariamente, com a medida prevista até segunda-feira (13). A decisão foi tomada pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e impacta diretamente as trocas comerciais e a circulação de pessoas entre os dois países.
Em nota, o Itamaraty orientou os brasileiros que residem ou estão na Venezuela sobre como proceder em caso de necessidade de assistência consular. O governo brasileiro disponibilizou números de plantões consulares da Embaixada do Brasil em Caracas (+58 414 3723337) e do Vice-Consulado em Santa Elena de Uairén (+58 424 9551570), ambos com WhatsApp, para oferecer suporte emergencial.
Posse de Nicolás Maduro e a crescente tensão diplomática
A decisão ocorre após a cerimônia de posse de Nicolás Maduro para seu terceiro mandato à frente da presidência da Venezuela, em um evento realizado na Assembleia Nacional, em Caracas, na quinta-feira (9). Maduro assumiu o comando do país para o período de 2025 a 2031, e durante seu discurso, fez questão de afirmar que suas forças políticas conseguiram superar as tentativas de impedi-lo de assumir a presidência, mencionando que “o golpe foi consumado”.
A posse de Maduro e o processo eleitoral, marcado por forte polarização, geraram ampla repercussão internacional. Diversos países, incluindo o Brasil, contestaram o resultado das eleições, acusando irregularidades e fraudes nas urnas. A véspera da posse foi marcada por uma escalada de tensões, com trocas de acusações entre o governo e a oposição, e a prisão de vários adversários políticos. Entre os detidos estava María Corina Machado, uma das principais figuras de oposição ao governo de Maduro, que foi presa durante um protesto.
Críticas e rupturas diplomáticas com o Brasil
A relação entre o Brasil e a Venezuela tem se deteriorado ao longo dos últimos anos, com um episódio marcante durante a cúpula do Brics, realizada em Kazan, na Rússia, em novembro de 2024. Durante o evento, o Brasil, sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi responsável por vetar a adesão da Venezuela ao grupo, o que gerou duras críticas de Nicolás Maduro. O presidente venezuelano também se queixou de outros países, como a Argentina e o Paraguai, que, segundo ele, apoiaram a decisão.
Por enquanto, o presidente Lula tem mantido silêncio sobre os desenvolvimentos mais recentes, incluindo o fechamento da fronteira e as tensões diplomáticas com o governo de Maduro. Esse silêncio foi amplamente criticado, sendo visto como uma postura omissa diante de um cenário internacional delicado e da situação interna na Venezuela.
O atual contexto reflete um momento de profunda incerteza nas relações entre os dois países, com o Brasil sendo pressionado a adotar uma postura mais clara diante das ações do regime venezuelano e das críticas internacionais que o cercam.