Novo advogado de Jair Bolsonaro vê atuação enviesada da PF
O criminalista Celso Sanchez Vilardi assumiu, nesta quinta-feira (9), oficialmente a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nos casos que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF). Vilardi substitui o advogado Paulo Cunha Bueno, que até então liderava a defesa do ex-presidente, embora Bueno permaneça como parte da equipe de defesa.
Em entrevista à CNN, o novo defensor de Bolsonaro expressou confiança na inocência de seu cliente, afirmando que, após analisar minuciosamente as milhares de páginas do processo em que Bolsonaro é acusado de tentativa de golpe, está convencido de que o ex-presidente não cometeu crime algum. Vilardi criticou a atuação da Polícia Federal no caso, sugerindo que a investigação foi “enviesada” e não apresentou elementos suficientes para sustentar as acusações contra Bolsonaro.
“Estou convencido de que ele não praticou crime algum e estou disposto a defendê-lo depois de analisar o inquérito e concluir que o trabalho da Polícia Federal foi enviesado”, disse o advogado.
Vilardi, que se destaca como especialista em Direito Processual Penal e é mestre pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), optou por uma postura moderada em sua defesa. Ele enfatizou que sua atuação não será marcada por críticas radicais, mas sim por um equilíbrio, afirmando que “não sou defensor do STF nem crítico feroz” e que sempre procurará agir com temperança.
Sobre os eventos do 8 de janeiro, Vilardi foi firme em sua defesa de Bolsonaro, refutando qualquer envolvimento direto do ex-presidente. “Não vi nenhuma participação de responsabilidade do ex-presidente no 8 de janeiro”, afirmou, destacando que, embora tenha se manifestado publicamente contra os atos violentos daquele dia e assinado manifestos em favor da democracia, acredita que a acusação contra Bolsonaro não se sustenta.
Vilardi, que é coordenador e professor de Direito Penal Econômico na Fundação Getúlio Vargas (FGV/Law), se posiciona como um advogado técnico, focado em garantir o direito à ampla defesa, mas sem se deixar levar por extremos ideológicos.
Com a mudança na defesa, a estratégia de Bolsonaro no Supremo poderá passar a ser mais detalhada e técnica, com Vilardi prometendo uma defesa equilibrada e focada na legalidade e na inocência de seu cliente.