Estudo lista as profissões que mais crescem e as com declínio mais rápido
O estudo “Futuro do Trabalho”, realizado pelo Fórum Econômico Mundial (WEF) em parceria com o Núcleo de Inovação, Inteligência Artificial e Tecnologias Digitais da Fundação Dom Cabral (FDC), traz uma análise abrangente sobre as tendências que estão remodelando o mercado de trabalho global entre 2025 e 2030. A pesquisa, que investigou 55 economias, explora como as mudanças tecnológicas, as novas exigências de habilidades e os fatores geoeconômicos influenciam a evolução das profissões e as estratégias que empregadores devem adotar para se adaptar às transformações.
O Novo Perfil do Trabalhador
O perfil do trabalhador está passando por transformações significativas em função das demandas do mercado. A adaptação às novas tecnologias, principalmente nas áreas de Inteligência Artificial (IA), Big Data e segurança cibernética, é uma das principais exigências para os profissionais. Segundo o estudo, há um aumento considerável na procura por competências tecnológicas, já que a automação e a análise de grandes volumes de dados estão se tornando cada vez mais cruciais para as empresas.
Funções em Ascensão e em Declínio
A pesquisa destaca quais são as funções com maior crescimento e aquelas em declínio no mercado de trabalho. Entre as áreas em ascensão, estão os especialistas em Big Data, IA, Machine Learning, e engenheiros voltados para soluções de Fintech, Veículos Elétricos e Energias Renováveis. Além disso, há uma crescente demanda por analistas e cientistas de dados, desenvolvedores de software e especialistas em segurança da informação.
Por outro lado, funções que estão diminuindo em demanda incluem os tradicionais cargos administrativos, como caixas bancários, assistentes administrativos, e operadores de telemarketing, além de setores mais ligados à impressão e ao atendimento em serviços postais.
Habilidades Cruciais para o Futuro
As habilidades mais procuradas para o futuro incluem pensamento analítico, resiliência, liderança, empatia, e alfabetização tecnológica. A pesquisa revela que 65% dos trabalhadores reconhecem a necessidade de se requalificar, com 78% dos empregados buscando oportunidades de treinamento oferecidas por seus empregadores. Além disso, 70% dos trabalhadores estão dispostos a investir seu tempo livre para se aprimorar, demonstrando uma alta demanda por aprendizado contínuo.
A flexibilidade no trabalho também se apresenta como uma tendência crescente, com 76% dos trabalhadores preferindo empresas que oferecem modalidades de trabalho remoto ou híbrido. A adaptabilidade às novas tecnologias e a capacidade de navegar em ambientes dinâmicos são vistas como habilidades essenciais para o profissional do futuro.
Mercado de Trabalho Brasileiro
No Brasil, o estudo identificou que a principal barreira para a transformação do mercado de trabalho é a lacuna de habilidades, especialmente em áreas de formação básica, como matemática, português e inglês. Para enfrentar esse desafio, as empresas brasileiras estão cada vez mais focadas em aprimorar as competências de suas equipes, com 37% das habilidades dos trabalhadores no país se modificando até 2030. Em um esforço para acompanhar a revolução tecnológica, 58% das empresas brasileiras estão projetando recrutamento de profissionais com habilidades emergentes, enquanto 48% pretendem requalificar trabalhadores de áreas em declínio para funções com maior demanda.
Além disso, a pesquisa sugere que políticas públicas e privadas de treinamento e desenvolvimento profissional devem ser mais incentivadas. As universidades também têm um papel vital na formação de mão de obra qualificada para os novos desafios do mercado, com ênfase nas áreas de IA, Big Data, pensamento crítico e alfabetização tecnológica.
Tendências Globais e Regionais
No cenário global, as mudanças mais impactantes para o futuro do trabalho incluem a expansão do acesso digital, que se reflete principalmente em IA, automação e o uso de tecnologias para a geração e distribuição de energia. As transformações tecnológicas são vistas como essenciais para o novo cenário de trabalho, com mais de 60% dos respondentes considerando a ampliação do acesso digital um fator transformador.
No Brasil, os desafios são ainda maiores, devido às lacunas de qualificação existentes. Porém, há um movimento crescente entre as empresas para superar essas barreiras, com muitas investindo em parcerias com plataformas de aprendizado online para capacitar seus funcionários em novas tecnologias.
O Papel das Empresas e a Gestão de Pessoas
As empresas devem adotar uma abordagem proativa para o desenvolvimento de habilidades e a criação de um ambiente inclusivo, que esteja alinhado às novas exigências do mercado. A gestão de pessoas desempenha um papel central nesse processo, sendo necessário um investimento significativo em políticas de treinamento, desenvolvimento de talentos e retenção de profissionais qualificados.
Com as mudanças no mercado de trabalho, as empresas também precisam considerar a diversidade e a inclusão como fatores fundamentais para o sucesso a longo prazo. 63% dos trabalhadores afirmam preferir organizações com políticas claras de diversidade e inclusão, o que destaca a importância desses valores no ambiente corporativo.
Conclusão
O estudo do “Futuro do Trabalho” evidencia que as empresas e os profissionais devem se preparar para um cenário de constante transformação. O mercado de trabalho, impulsionado pela tecnologia, demanda uma força de trabalho mais qualificada, adaptável e capaz de lidar com as incertezas econômicas e as mudanças rápidas do mercado global. No Brasil, especialmente, é crucial que haja uma união de esforços entre empresas, governos e instituições educacionais para garantir a formação de uma mão de obra apta a enfrentar os desafios que se avizinham até 2030.