O fundador e CEO da Avenue, Roberto Lee, comentou que a percepção de risco Brasil fez com que muitos investidores se deslocassem para mercados mais seguros. Ele observou uma mudança no perfil dos investidores, com maior presença de um público mais conservador, que tende a mover recursos para fora do país quando há incerteza no Brasil. Lee explicou que, ao contrário do que acontece com investidores mais agressivos, os investidores conservadores seguem o movimento conhecido como “flight to quality” (voo para a qualidade), buscando segurança em tempos de insegurança.
Mais de 80% dos recursos que estão sendo enviados para os EUA estão sendo investidos em títulos superconservadores, como Treasuries (títulos do Tesouro americano) e bonds (dívidas corporativas de empresas americanas), cuja rentabilidade tem sido impulsionada pela política econômica de Trump.
De acordo com dados do Banco Central, o saldo de investimentos de brasileiros em ativos no exterior superou os 10,6 bilhões de dólares (aproximadamente R$ 65,3 bilhões) até novembro de 2024, o que já é mais do que o dobro do total registrado no ano anterior (4,5 bilhões de dólares). Em 2011, o recorde histórico foi de 15,4 bilhões de dólares.
A expectativa também é de que o corte mais modesto dos juros pelo Federal Reserve em 2025, aliado aos riscos fiscais no Brasil, continue a estimular a migração de recursos dos investidores brasileiros para o mercado americano.