O fundo do poço: açougues oferecem venda parcelada da carne

O Brasil vive uma escalada nos preços da carne que tem afetado tanto os consumidores quanto os empresários. Com o governo de Lula, o aumento no valor dos cortes, especialmente em São Paulo, tem sido um reflexo de uma conjuntura econômica difícil. Em um cenário onde a inflação continua a pressionar os orçamentos familiares, a carne, tradicionalmente considerada um item essencial na mesa do brasileiro, tornou-se um luxo para muitos.

Nos últimos 12 meses, o preço da carne acumula uma alta de mais de 15%. Cortes como alcatra e patinho já ultrapassam os R$ 60 e R$ 50, respectivamente, o que tem levado consumidores a recorrerem ao crédito para garantir a compra do alimento. Açougues da capital paulista estão oferecendo parcelamentos em até três vezes para compras acima de R$ 500, buscando atrair clientes que, diante da alta dos preços, veem na opção de crédito uma saída para não abrir mão da carne no cardápio.

A principal razão para a elevação nos preços é o dólar elevado, que favorece as exportações, reduzindo a oferta interna. Como resultado, a carne destinada ao mercado brasileiro acaba ficando mais escassa, o que empurra os preços para cima. “Antes pagávamos R$ 16 o quilo, agora está acima de R$ 40. É um absurdo, mas não dá para ficar sem carne”, lamentou uma consumidora que enfrenta o aumento constante no custo de vida.

Além dos desafios enfrentados pelas famílias, os restaurantes também sentem os reflexos dessa escalada no preço da carne. Proprietários de estabelecimentos já se preparam para um 2025 financeiro mais difícil, com as despesas de janeiro, como o IPVA e IPTU, somadas aos altos custos de compras de carne realizadas no mês anterior. Para os donos de açougues, a situação não é diferente: o aumento de preços se reflete em um mercado cada vez mais voltado ao crédito, o que, por sua vez, gera preocupações entre economistas sobre o risco de endividamento dos consumidores, especialmente no início do ano, um período já marcado por outras despesas.

Com a carne cada vez mais cara e o orçamento apertado, muitos brasileiros se veem obrigados a repensar suas escolhas alimentares e suas finanças. O que antes era um item essencial, agora é tratado com cautela, e a promessa de preços acessíveis fica cada vez mais distante, enquanto o impacto da política econômica vai sendo sentido por todos.

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Bruno Rigacci

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