URGENTE: Dino dá até às 20h de hoje para Lira e tensão toma conta de Brasília
A tensão política em Brasília aumentou nesta sexta-feira (27) com a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, que deu um prazo até as 20h de hoje para que a Câmara dos Deputados, presidida por Arthur Lira, responda a quatro questionamentos sobre o pagamento de emendas parlamentares. O prazo foi estipulado após a Câmara solicitar a reconsideração da liminar de Dino que havia suspendido o pagamento de R$ 4,2 bilhões em emendas de comissão.
Em sua decisão, o ministro Flávio Dino argumentou que a Câmara ainda não havia cumprido as determinações do STF, que exigem maior transparência e rastreabilidade nos repasses das emendas. Dino explicou que, caso a Câmara deseje manter ou viabilizar os empenhos das emendas de comissão para este ano, será necessário responder objetivamente às perguntas e apresentar as atas comprobatórias de aprovação das indicações, caso existam.
As quatro questões levantadas pelo ministro abordam pontos críticos sobre a aprovação e a regulamentação das emendas de comissão. Dino quer esclarecimentos sobre os procedimentos de aprovação das especificações das emendas, a compatibilidade das indicações com normas anteriores, e o respaldo legal do Ofício nº 1.4335.458/2024, que trata das emendas de comissão. A Casa terá que explicar detalhadamente quem aprovou cada uma das especificações e quais instâncias estavam envolvidas no processo.
As perguntas de Flávio Dino são:
- Quando as especificações ou indicações das emendas de comissão foram aprovadas e por quem? Todas as 5.449 emendas foram aprovadas pelas comissões? Se não, quem as aprovou?
- Quem formulou as novas indicações de emendas de comissão? Quem aprovou essas indicações?
- Qual preceito da Resolução nº 001/2006, do Congresso Nacional, embasa o Ofício nº 1.4335.458/2024? Como ele se compatibiliza com os artigos 43 e 44 da Resolução?
- Existe outro ato normativo que legitima o Ofício nº 1.4335.458/2024? Caso sim, qual, e quando foi publicado?
A decisão de Flávio Dino acirra ainda mais a relação entre o Judiciário e o Legislativo, especialmente em um momento em que o governo federal e a Câmara dos Deputados enfrentam divergências políticas. O fato de Dino ter dado um prazo tão curto para que a Câmara forneça as respostas e documentos exigidos gera uma pressão adicional sobre os deputados e aumenta a tensão política em Brasília.
O movimento de Flávio Dino, que segue uma linha mais rigorosa em relação à transparência e à fiscalização das emendas parlamentares, tem sido comparado ao estilo do ministro Alexandre de Moraes, conhecido por sua postura firme em decisões que envolvem a aplicação da lei e a defesa da ordem pública. A expectativa agora é se a Câmara cumprirá as exigências do STF dentro do prazo estipulado ou se o impasse entre os Poderes terá novos desdobramentos.