Chefe do Dnit de Lula responsável pela ponte que desabou já foi preso em escândalo de corrupção
O desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, ocorrido no último domingo (22), deixou um rastro de vítimas fatais, desaparecidos e danos ambientais significativos. A carga de 76 toneladas de ácido sulfúrico e 22 mil litros de defensivos agrícolas, transportada por três caminhões que afundaram no Rio Tocantins, intensificou ainda mais a gravidade da tragédia. A responsabilidade pela falta de manutenção da ponte, que já vinha sendo questionada, começou a ser mais intensamente analisada à medida que detalhes sobre a chefia do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) no Tocantins começaram a ser divulgados.
O atual chefe do DNIT no estado, Renan Bezerra de Melo Pereira, está no centro das investigações, e seu passado conturbado levanta sérias questões sobre a supervisão e a segurança das obras e estruturas sob sua responsabilidade. Renan Bezerra já foi preso pela Polícia Federal sob suspeita de corrupção e é réu em um processo judicial decorrente da Operação Ápia, deflagrada em 2017. A operação, que investigou fraudes em licitações e contratos de obras públicas, revelou suspeitas de desvios de mais de R$ 200 milhões, principalmente no âmbito do BNDES. Bezerra foi denunciado por peculato, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e crimes do colarinho branco, em um esquema que envolvia licitações fraudulentas para obras públicas no Tocantins.
Na época da Operação Ápia, Bezerra era superintendente da Agência de Transporte e Obras Públicas do Tocantins (AGETO-TO), e foi denunciado ao lado de outras figuras proeminentes da política local, incluindo os ex-governadores José Wilson Siqueira Campos e Sandoval Cardoso, o deputado José Eduardo Siqueira Campos, o ex-secretário de Infraestrutura do Tocantins, Alvicto Ozores Nogueira, e o empresário Wilmar Oliveira Bastos. As acusações envolvem a manipulação de processos licitatórios e desvios de recursos destinados a obras públicas essenciais.
A divulgação dessas informações pela imprensa, como foi feito pelo colunista Diogo Schelp da Gazeta do Povo, tem gerado um debate sobre a necessidade de uma análise aprofundada das responsabilidades pela falta de manutenção da ponte Juscelino Kubitschek. A tragédia não só resultou em mortes e desaparecimentos, mas também gerou um desastre ambiental com o vazamento de substâncias perigosas no Rio Tocantins. A sociedade e as autoridades agora exigem respostas claras sobre como e por que a ponte, sob a supervisão de Renan Bezerra, não recebeu a devida atenção e manutenção, e quem são os responsáveis por esse descaso.
Com o nome de Renan Bezerra de Melo Pereira ligado a investigações de corrupção e fraudes em contratos públicos, o incidente levanta questões sérias sobre a governança no Tocantins e sobre a fiscalização das infraestruturas públicas. As investigações em curso deverão, portanto, esclarecer não apenas a tragédia, mas também a continuidade de práticas de corrupção no setor público. A apuração dos fatos poderá resultar em novas denúncias e responsabilizações, dada a gravidade dos danos causados e o envolvimento de figuras-chave da política local.