Janja tem equipe informal que já torrou mais de um milhão de reais em viagens e o STF simplesmente ignora

A recente denúncia publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo expôs um cenário preocupante sobre a informalidade e os gastos com a equipe da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja. Mesmo sem um cargo formal no governo, Janja, esposa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), possui uma equipe de pelo menos 12 pessoas à sua disposição, com um custo mensal de R$ 160 mil em salários e R$ 1,2 milhão em viagens desde o início do terceiro mandato de Lula, em 2023. A denúncia levanta questões sobre a opacidade e os gastos públicos, mostrando que, sob o atual governo, certos comportamentos que eram considerados inaceitáveis no governo Bolsonaro parecem agora ser negligenciados ou até tolerados.

Uma Equipe Fora dos Padrões: Gastos e Influência Política

A equipe informal de Janja inclui assessores de imprensa, fotógrafos, especialistas em redes sociais e até um militar como ajudante de ordens. Os gastos não param por aí. Viagens oficiais e outros custos associados à presença de Janja em eventos oficiais já ultrapassaram R$ 1 milhão, com destaque para o fotógrafo particular da primeira-dama, que teve custos de R$ 182,3 mil até o momento.

Além disso, a primeira-dama influenciou diretamente a formação do governo, com indicações como a de Maria Helena Guarezi para o Ministério das Mulheres e a cantora Margareth Menezes para o Ministério da Cultura. Ela também exerceu forte influência na escolha de Anielle Franco para o Ministério da Igualdade Racial e na indicação de juristas negras para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), embora Lula tenha optado por Flávio Dino para o cargo.

A Comparação com o Governo Bolsonaro: O Retorno à Impunidade?

A denúncia também faz uma comparação com o governo anterior, de Jair Bolsonaro (PL), no qual prazos de 48 horas para explicações sobre situações consideradas estapafúrdias eram comuns. Naquele período, havia um esforço constante para enfraquecer a gestão e tornar cada ato do governo alvo de críticas públicas. Agora, com o governo de Lula, a falta de respostas claras e a ausência de cobrança sobre as ações de Janja indicam um cenário de impunidade e uma flexibilidade com regras e princípios que antes eram rigorosamente cobrados.

Esse contraste coloca em dúvida o compromisso do atual governo com a transparência e a responsabilidade fiscal, especialmente quando se trata de figuras próximas ao presidente, como a primeira-dama. A falta de contestação por parte da Secretaria de Comunicação da Presidência, ao responder apenas com os cargos oficiais dos membros da equipe de Janja, agrava ainda mais a percepção de que há uma tentativa de normalizar situações que antes seriam consideradas problemáticas.

Conclusão: O Impacto da Denúncia e as Questões em Aberto

A denúncia do Estadão não apenas revela os custos elevados com a equipe de Janja, mas também sinaliza uma possível desatenção por parte do governo em relação aos princípios de governança e austeridade pública. Em um momento em que o país enfrenta desafios econômicos e sociais significativos, é essencial que haja maior vigilância sobre como os recursos públicos estão sendo utilizados, especialmente quando se trata de figuras que não ocupam cargos oficiais, mas que possuem uma influência política considerável.

O caso reforça um questionamento crucial: o governo Lula realmente está comprometido com a transparência e a responsabilidade fiscal, ou está se tornando conivente com práticas que antes seriam vistas como excessivas e injustificáveis? A sociedade e as instituições devem continuar a cobrar respostas claras e medidas que garantam a boa gestão dos recursos públicos e o respeito aos princípios democráticos.

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Bruno Rigacci

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