PF na lama: Agente recebia mesada de R$ 6 mil para manter grupo do “rei do lixo” informado
Nesta segunda-feira, 23 de dezembro, a Polícia Federal (PF) prendeu o agente Rogério Magno Almeida Medeiros, lotado na Delegacia do Aeroporto de Salvador, sob suspeita de envolvimento com o grupo liderado por Marcos Moura, conhecido como “Rei do Lixo”. De acordo com as investigações, Medeiros recebia uma quantia mensal para repassar informações sobre investigações em andamento, ajudando o grupo a escapar da ação da Justiça.
A PF revelou que, além de manter contato frequente com Alex Rezende Parente, um dos alvos da operação, o policial trocava mensagens e fazia ligações telefônicas, caracterizando uma relação de intimidade, com expressões como “irmão” ou “amigo”. Em algumas dessas mensagens, o policial até sugere encontros pessoais com Alex e seu irmão, Fábio Parente, também investigado. Além disso, o agente solicitava serviços de dedetização em sua residência, que seriam realizados “como cortesia” por Alex Parente.
Outro ponto que chamou a atenção da PF foi a colaboração do policial no embarque de grandes quantias em dinheiro, como evidenciado na primeira fase da operação Overclean, quando R$ 1,5 milhão foi apreendido em um jatinho. Medeiros teria facilitado a movimentação financeira ilegal do grupo, utilizando sua posição na delegacia para auxiliar nas atividades criminosas.
A prisão do policial é um dos desdobramentos da operação Overclean, que investiga crimes relacionados ao tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e corrupção, e demonstra a infiltração de membros das forças de segurança em esquemas ilícitos. A prisão de Rogério Magno Almeida Medeiros evidencia a gravidade da relação entre criminosos e agentes do Estado, comprometendo a integridade das instituições públicas e prejudicando o combate ao crime organizado.