Absurdamente, Flávio Dino segue os passos de Moraes
A Polícia Federal (PF) deflagrou a operação batizada de “Rent a Car”, cumprindo seis mandados de busca e apreensão em endereços ligados a assessores dos deputados federais Carlos Jordy (PL-RJ) e Sóstenes Cavalcante (PL-RJ). A ação, que abrangeu os estados do Rio de Janeiro, Tocantins e o Distrito Federal, foi autorizada pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), e tem como objetivo apurar crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
De acordo com a PF, as investigações revelaram um esquema de desvio de recursos públicos provenientes das cotas parlamentares, com a participação de agentes públicos e empresários em supostos acordos fraudulentos. Entre os indícios coletados, estão transferências financeiras consideradas “sem justificativa aparente” e a prática de smurfing – um método utilizado para disfarçar grandes somas de dinheiro, dividindo-as em pequenos depósitos para evitar a detecção pelos órgãos de fiscalização.
O nome da operação, “Rent a Car”, faz referência ao modus operandi dos investigados, que teriam utilizado uma empresa de locação de veículos para simular contratos de prestação de serviços e encobrir o desvio de recursos. A PF também investiga possíveis conexões entre os assessores envolvidos e uma empresa que foi anteriormente implicada em fraudes licitatórias no estado do Amazonas.
Reações dos Deputados Envolvidos
Após a divulgação da operação, os deputados Carlos Jordy e Sóstenes Cavalcante se manifestaram publicamente. Cavalcante, em suas redes sociais, se posicionou de forma enfática, dizendo: “Fui informado sobre a operação envolvendo meus assessores pela imprensa. PODEM REVIRAR TUDO, NÃO IRÃO ACHAR NADA!” A declaração buscou minimizar as acusações, afirmando que nada de irregular seria encontrado em suas atividades.
Já Carlos Jordy fez um discurso inflamado na tribuna da Câmara dos Deputados, criticando a ação da PF e a atuação do ministro Flávio Dino. Em seu pronunciamento, Jordy acusou Dino de seguir os passos do ministro Alexandre de Moraes, classificando a operação como parte de uma “perseguição cruel, absurda e desumana” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados políticos. O deputado afirmou que as investigações tinham como objetivo atingir Bolsonaro e seus apoiadores, aproveitando-se do cenário político atual para enfraquecer a oposição.
Investigação em Andamento
A operação “Rent a Car” é mais uma fase das investigações que buscam desarticular esquemas de corrupção envolvendo parlamentares e seus assessores. Embora os deputados tenham se defendido das acusações, a PF segue com o aprofundamento das investigações, com a expectativa de que novos desdobramentos ocorram nas próximas semanas. A operação também chama a atenção para o uso de empresas de fachada e outros métodos fraudulentos para desviar recursos públicos, um fenômeno que segue sendo alvo de rigorosa fiscalização no Brasil.