Tudo começa a mudar nos EUA: Militar que defendeu populares de criminoso é inocentado de acusação de homicídio
Nesta segunda-feira (9), um júri de Nova York absolveu o veterano da Marinha Daniel Penny das acusações de homicídio pela morte de Jordan Neely, um morador de rua que estava ameaçando passageiros no metrô da cidade. O caso, que rapidamente adquiriu contornos raciais devido à diferença de etnia entre os envolvidos, reflete mudanças no clima social e político dos Estados Unidos, especialmente em relação à segurança pública e às políticas de segurança nas grandes cidades.
Daniel Penny, ao perceber que Neely estava fazendo ameaças graves de violência, agiu para conter o homem, colocando-o em uma gravata. Neely havia declarado que “iria matar pessoas” dentro de um vagão, o que gerou pânico entre os passageiros. Quando a polícia chegou minutos depois, Neely já estava em parada cardiorrespiratória. O caso, que inicialmente foi tratado como uma possível agressão fatal, gerou grande repercussão, especialmente depois que um perito apresentado pela promotoria afirmou que a causa da morte foi sufocamento.
Contudo, a defesa de Penny conseguiu desmontar essa tese, apresentando provas de que o perito havia feito sua conclusão sem aguardar os resultados dos exames cadavéricos, que revelaram o uso de drogas e a condição de saúde precária de Neely, fatores que foram apontados como determinantes para o óbito. A defesa argumentou que Penny, na verdade, estava agindo para proteger os passageiros de uma ameaça concreta.
O caso também adquiriu uma dimensão racial, com setores da esquerda tentando associá-lo ao “racismo sistêmico”, uma narrativa amplamente promovida após eventos como a morte de George Floyd em 2020. No entanto, o cenário social e político atual nos Estados Unidos é bem diferente daquele período. O aumento da criminalidade, impulsionado por políticas de desencarceramento em massa e pela suavização das penas para criminosos, tem gerado uma crescente insatisfação popular. A população, especialmente nas grandes cidades, está cada vez mais descontente com as narrativas que simplificam questões complexas, muitas vezes transformando-as em dicotomias raciais.
Jordan Neely, por exemplo, tinha uma longa ficha criminal e só não estava preso devido às políticas de desencarceramento, que muitos críticos acusam de contribuírem para o aumento da criminalidade. Em Nova York, um reduto tradicionalmente democrata, a questão da segurança pública tem sido um tema cada vez mais urgente, e o prefeito da cidade, pouco antes do julgamento, se posicionou ao lado de Penny, dizendo que ele apenas tentava proteger os passageiros de uma ameaça real.
Este julgamento reflete uma mudança nas atitudes da sociedade americana, que parece estar menos disposta a aceitar narrativas que justifiquem ou vitimizem criminosos sob o pretexto de “antirracismo”. A busca por “Lei e Ordem”, que foi uma das bandeiras da eleição de Donald Trump, está ganhando força novamente, enquanto a agenda “woke”, que frequentemente relaciona a criminalidade a questões raciais de forma simplificada, começa a perder terreno. O veredicto de inocência para Daniel Penny é, assim, mais do que uma questão jurídica: é um reflexo de um clima social em transformação, onde a sociedade parece estar buscando um novo equilíbrio entre segurança, justiça e as complexas questões sociais que o país enfrenta.