“O plano A sou eu, o plano B sou eu também e o plano C sou eu”

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) causou polêmica durante uma entrevista à Rádio Gaúcha, de Porto Alegre (RS), ao ser questionado por uma jornalista sobre a possibilidade de indicar um nome para sucedê-lo nas eleições de 2026. Durante a conversa, Bolsonaro não apenas evitou falar sobre possíveis sucessores, como também disparou uma resposta ríspida à jornalista, deixando claro que, enquanto estiver vivo e ativo politicamente, o único nome cogitado será o dele próprio.

Em tom provocativo, Bolsonaro respondeu: “Vou indicar você [jornalista] se não for eu! […] Enquanto eu não morrer, física e politicamente, sou eu mesmo. O plano A sou eu, o plano B sou eu também e o plano C sou eu. A não ser depois da minha morte física ou política em definitivo que eu vou pensar em possível nome”, afirmou, sem hesitar.

A fala surpreendeu pela dureza e pelo tom de desdém em relação à pergunta sobre o futuro do bolsonarismo e a possível liderança do partido em 2026. A jornalista, que parecia buscar uma resposta sobre a formação de um novo nome para a legenda, foi completamente ignorada pela insistência de Bolsonaro em se colocar como o único líder viável para o projeto político de seu grupo.

A declaração foi vista por muitos como uma reafirmação do autoritarismo político do ex-presidente, que, desde sua saída do poder, tem se mantido como figura central da direita brasileira. Ao rejeitar qualquer especulação sobre sua substituição, Bolsonaro deixa claro que não pensa em se afastar de cena tão cedo, e ainda aposta em sua relevância política como o principal líder do seu campo ideológico.

As palavras de Bolsonaro provocaram reações divididas. Aliados do ex-presidente enxergaram a fala como uma demonstração de força e confiança, enquanto críticos destacaram o tom arrogante e a falta de abertura para novos nomes no campo conservador.

A entrevista também trouxe à tona o debate sobre o futuro do bolsonarismo após 2022. Embora Bolsonaro tenha perdido as eleições presidenciais, seu nome ainda é uma referência para muitos no cenário político brasileiro. Ao se colocar como “plano A, B e C”, ele reforça sua postura de que, enquanto estiver vivo, será ele a liderar o movimento que fundou e que ainda atrai um grande número de eleitores.

O cenário político para as eleições de 2026, portanto, segue indefinido, mas uma coisa é certa: Jair Bolsonaro não parece disposto a dar espaço para novos nomes tão cedo.

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Bruno Rigacci

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